quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ex-Condestável

É sempre preferível, pelo lado da eficiência e da eficácia (sempre gostei de quem se esforça por explicar que são duas coisas diferentes), falar directamente com Deus.
Mas, sendo Deus uma Entidade muito ocupada, apesar de todos os seus divinos poderes - e Deus deve andar mesmo muito ocupado -, torna-se necessário, respeitando as hierarquias, recorrer aos serviços desses quadros intermédios da empresa celestial, que são os santos.
Mais especializados que os assessores ou outros colaboradores do Governo - vulgo boys - o que não admira, pois estes não carecem de um demorado processo de canonização, os santos sempre têm dado resposta mais ou menos cabal aos pedidos que lhes são feitos, a julgar pelo tempo de serviço que apresentam e as distinções que continuam a receber da população anónima ou não tão anónima quanto isso, como é o caso do voluntário que ocupa o Palácio de Belém, que já invocou, no mínimo, Nossa Senhora e S. Jorge.
Pelo que é possível julgar, sem recurso a qualquer relatório de avaliação, cada santo no seu ramo específico continua a cumprir, sem quebras, subida de vencimento ou progressão na carreira, a função de que está incumbido. Mas a vida não está nada fácil e é natural que mesmo os santos passem por uma conjuntura pouco favorável ao seu desempenho.
Talvez por este motivo, congeminaram uma estratégia. Aparentemente, essa estratégia passa por encontrarem um santo disponível a arcar com as culpas do que não é bem conseguido, a responsabilidade das confusões que possam existir, a penitência de todos os pecados - o chamado santo expiatório.
Funciona como um pára-raios, à semelhança do que acontecia no Governo com o dr. Miguel Relvas.
E quem é esse santo sobre o qual recaem todas as acusações, o santo que todos nós podemos contestar?
É o Santo Contestável.

S. Contestável
Com direito a bóia com o seu nome
Frei Nuno de Santa Maria desconsiderado. De Condestável a Contestável.

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