domingo, 5 de maio de 2013

Grande Rota da Transumância

«As limitações invencíveis do clima e a disposição do relevo criaram, de um extremo ao outro do mundo mediterrâneo, a oscilação transumante. Prática cujas origens se perdem na pré-história, impressionara, pela sua regularidade, autores antigos, que a compararam à subida e descida alternada dos pratos de uma balança. Durante o Verão, a erva seca nas terras baixas e há que procurar pastagens frescas na montanha; no Inverno, cobrem-se os cimos de neve e os rebanhos buscam abrigo e alimento nas planícies e nos vales. Estabelecem-se assim duas correntes, ou uma corrente dupla: gados da serra que descem à terra chã, no Inverno; gados das baixas que sobem às pastagens alpestres, durante o Estio; ou ainda mistura de uns e de outros.
(...)
Outrora, estes movimentos transumantes cobriram muito maior extensão. A Serra da Estrela recebia ovelhas de entre Tejo e Guadiana e até de Espanha. Os rebanhos serranos invernavam no Campo de Ourique, depois de um percurso de mais de 400 km, e a eles se juntavam, na mesma região, gados espanhóis da cañada real leonesa, que até à Restauração se ramificava também pelo Alentejo.»
Orlando Ribeiro, Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico (1.ª ed. 1947)

A Grande Rota da Transumância
Os municípios serranos organizaram um conjunto variado de eventos, homenageando as tradições seculares relacionadas com a transumância - "um tributo à memória das passagens e paragens dos pastores e rebanhos, que calcorreavam os terrenos unindo as planícies a norte do rio Tejo, passando pela Serra da Gardunha até à Serra da Estrela."
A Grande Rota da Transumância recria a subida à Serra da Estrela dos pastores do interior de Portugal, na procura das melhores pastagens.


Os "sedentários" podem seguir pelo site e pelo facebook.
Quanto já evoluímos desde o tempo em que um pastor perdido na serra atendia o telemóvel: "Tou xim?" 


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