sábado, 2 de fevereiro de 2013

Mundos paralelos

«Correm paralelos dois tempos no Portugal da crise: um corre em cima e é marcado essencialmente pelos de cima; outro corre em baixo e é sofrido pelos de baixo. Não comunicam entre si, embora se relacionem pela acção de uns, e pelas consequências em outros. O drama da nossa democracia em tempos desta crise encontra-se nessa incomunicabilidade que os distancia irremediavelmente um do outro, criando uma situação disfuncional e explosiva. Quem não entende que isto se está a passar e a agravar-se bem pode prevenir-se. É que o tempo não corre da mesma maneira em cima e em baixo.
(...)
A profunda doença da nossa democracia, em Portugal de 2013, é que os que vivem no tempo dos de cima nada têm a dizer aos que vivem no tempo dos de baixo.»
José Pacheco Pereira, Público, 2 de Fevereiro de 2013


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