Quase 40 anos depois de abrir ao público, o Museu Nacional de Etnologia inaugurou a sua exposição permanente - O Museu, Muitas Coisas.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
E que tal umas "facadinhas"?
Neste circo em que os nossos (des)governantes tornaram a vida política... e as nossas, dou um modesto contributo: proponho um joguinho de feira.
Atirar facas aos ministros!
Como no circo. Vamos fazer um "supônhamos": pagamos 5 € ao erário público e temos direito a atirar meia dúzia de facas para ver se
A extracção do miolo
«Faz-lhe engolir, que ele gosta,
Uma mancheia de bosta!
(...)
E atiro sobre o ricaço
Um grande bolo de mérdia,
(...)»
Alexandre O'Neill, Uma coisa em forma de assim
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
O olhar dos Açores que me faltava
Obrigado, Almerinda, pelo "facilitar" das fotografias. Há muito que pensava nelas e foi tão casual...
Elas completam uma memória da nossa viagem ao paraíso. E, às vezes, até se completam e dão a ver os dois lados...
Elas completam uma memória da nossa viagem ao paraíso. E, às vezes, até se completam e dão a ver os dois lados...
Junto à Escola Manuel de Arriaga (Horta) - Maio de 1997 |
... os fotógrafos fotografados.
Amigo é coisa para se guardar
«Amigo é coisa para se guardar
debaixo de sete chaves
dentro do coração»
debaixo de sete chaves
dentro do coração»
«Pois seja o que vier, venha o que vier
qualquer dia, amigo, eu volto
a te encontrar
qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar»
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Mentalidade rica
«(...) passei a minha vida entre os ricos, é uma chatice viver sempre ao lado dos ricos e não ser rico porque se absorve a mentalidade deles mas não se pode acompanhá-los, eu teria a mentalidade perfeita para viver como um rico, mas não tenho os meios, tenho só a mentalidade. Acho que efectivamente não basta, disse eu.»
Antonio Tabucchi, Requiem
Há encontros felizes
O de Sábado, na manifestação, foi um deles.
A posteriori tornou-se óbvio que estava escrito nas estrelas.
Doutra forma era impossível uma memória tão viva do António durante o percurso até
Lisboa.
A partilha do que nos angustia com quem compreende o que está
verdadeiramente em jogo – qual a essência das questões – e faz uma leitura
ampla das situações ajuda-nos a repor os níveis de sanidade mental.
Falar da vida recupera-nos a alma.
É que às vezes penso que ando “totó”!
P.S. - O respeito pelo direito das pessoas a não aparecerem "forçadamente" em fotografias tornadas públicas, levou-me a criar o... "cantinho" superior esquerdo. Já basta o fb...
sábado, 26 de janeiro de 2013
Manifestação de professores
Por todas as razões e mais alguma, é preciso mostrar a nossa indignação.
Quem não se sente não é filho de boa gente.
Independentemente das diferenças estratégicas e ideológicas, de objectivos pouco definidos, porque os "contras" são muitos e o quotidiano nas escolas começa a ser insuportável.
Desde o tempo da "Milú" que somos tratados abaixo de cão.
Não há política educativa - há uma política financeira que asfixia as escolas públicas. O Ministro da Educação é um elemento decorativo que só põe em prática os planos financeiros.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Desafinado
E iriam 86...
António Carlos Jobim (25.01.1927 - 08.12.1994).
Desafinado, graças a Deus.
António Carlos Jobim (25.01.1927 - 08.12.1994).
Desafinado, graças a Deus.
Aqui cantadinho por João Gilberto
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Joana, a farmacêutica
Soube que a Joana, uma das "minhas" Joanas, tinha prestado provas e ganho, ontem, o título de farmacêutica.
Satisfação dupla. Primeiro, pela "titularidade" merecida, fruto de muito trabalho, querer e "nervo". Depois, pela mensagem de resposta aos parabéns da ordem.
Conforta a alma, numa época em que trabalho com alunos que não têm vontade de aprender.
Ainda há quem me estrague com mimos.
Satisfação dupla. Primeiro, pela "titularidade" merecida, fruto de muito trabalho, querer e "nervo". Depois, pela mensagem de resposta aos parabéns da ordem.
Conforta a alma, numa época em que trabalho com alunos que não têm vontade de aprender.
Ainda há quem me estrague com mimos.
Agora, que estás mais calma, vai um joguinho de matraquilhos? (Moledo, 2004) |
Cupressus lusitanica
«É através de ti, ó Árvore
Das "florestas" afectadas pelas ventanias do último fim de semana, as duas em que as consequências parecem ser mais graves são a do Parque da Pena (Sintra) e a da Mata Nacional do Buçaco.
Nesta última, "o mais belo bosque de Portugal", o seu ex-libris - o chamado Cedro do Buçaco - foi atingido, dele restando "um tronco e um pequeno ramo de pé".
Trazido da América Central (das montanhas do México, Guatemala ou Costa Rica), foi ali plantado, provavelmente em 1644 ou poucos anos antes, pelos Carmelitas Descalços, a quem o bispo de Coimbra, D. João Manuel, doara a mata, em 1626.
E o cedro (ou cipreste - parece que as diferenças são mínimas e as confusões muitas) lá pegou de estaca, ao lado da Ermida de S. José, sendo também conhecido pelo cedro de S. José. Bem tratado pelos monges, cresceu no ambiente místico da mata, destacando-se pelo porte: o perímetro do seu tronco atinge (ou atingia) cerca de 5,5 metros.
Das outras árvores exóticas e igualmente centenárias introduzidas pelos Carmelitas, e que também terão sido afectadas, não reza tanto a história.
Quanto ao nosso cedro (ou será cipreste?), já referenciado pelo botânico de Luís XIV (J. P. Tournefort) e que enganou o naturalista Philip Miller ganhando o epíteto de lusitano (Cupressus lusitanica), espera-se que se consiga aguentar, mesmo que fragilizado. Como dizia um jornalista, "enquanto existirem folhas verdes, há esperança". Caso contrário, será um ex-ex-libris.
que celebro os esponsais entre mim e a Natureza
É através de ti que bebo
a nuvem fresca e mordo a terra ardente.
É de ti que recebo as leis do Amor e da Beleza
Amo-te, ó árvore, apaixonadamente!»
António Gedeão, Máquina de Fogo
As florestas, nomeadamente as mais antigas,constituem um importante património cultural.
As florestas, nomeadamente as mais antigas,constituem um importante património cultural.
Em Portugal, existem áreas florestais que são disso o exemplo.
Cedro do Buçaco (fotografia do acervo do Eng. José Neiva Vieira) |
Nesta última, "o mais belo bosque de Portugal", o seu ex-libris - o chamado Cedro do Buçaco - foi atingido, dele restando "um tronco e um pequeno ramo de pé".
Trazido da América Central (das montanhas do México, Guatemala ou Costa Rica), foi ali plantado, provavelmente em 1644 ou poucos anos antes, pelos Carmelitas Descalços, a quem o bispo de Coimbra, D. João Manuel, doara a mata, em 1626.
E o cedro (ou cipreste - parece que as diferenças são mínimas e as confusões muitas) lá pegou de estaca, ao lado da Ermida de S. José, sendo também conhecido pelo cedro de S. José. Bem tratado pelos monges, cresceu no ambiente místico da mata, destacando-se pelo porte: o perímetro do seu tronco atinge (ou atingia) cerca de 5,5 metros.
Das outras árvores exóticas e igualmente centenárias introduzidas pelos Carmelitas, e que também terão sido afectadas, não reza tanto a história.
Quanto ao nosso cedro (ou será cipreste?), já referenciado pelo botânico de Luís XIV (J. P. Tournefort) e que enganou o naturalista Philip Miller ganhando o epíteto de lusitano (Cupressus lusitanica), espera-se que se consiga aguentar, mesmo que fragilizado. Como dizia um jornalista, "enquanto existirem folhas verdes, há esperança". Caso contrário, será um ex-ex-libris.
Em 1859 foram plantados mais de mil exemplares de Cupressus lusitanica a marginar os arruamentos |
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Contemplação
A 22 de Janeiro de 1666, morreu Xah Jahan, o imperador mongol que mandou construir o Taj Mahal, "monumento de amor eterno", em recordação da sua amada esposa (Mumtaz Mahal).
Dizem que morreu contemplando a obra fruto do seu amor, preso na sua própria fortaleza por um dos seus filhos, nas lutas que o poder tece.
Dizem que morreu contemplando a obra fruto do seu amor, preso na sua própria fortaleza por um dos seus filhos, nas lutas que o poder tece.
Também Mozart amava os estorninhos
A Mozart,
que escreveu o alegretto do Concerto em Sol
(K. 453) à memória de um estorninho.
Eugénio de Andrade
que escreveu o alegretto do Concerto em Sol
(K. 453) à memória de um estorninho.
Eugénio de Andrade
Inverno
«E o vento traz e leva
Um recado de eterna despedida.»
Miguel Torga
Hoje, levou-me o chapéu-de-chuva.
Não havia poesia que lhe resistisse.
Maria, não vás a Carcavelos, amanhã
Deve estar à cunha!
Parece que o Gaspar está a subir nas sondagens e já lhe vão fazer uma estátua.
O mais do que isto
É Jesus Cristo
Que não sabia nada de finanças
nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
domingo, 20 de janeiro de 2013
Diz-me o que farias de diferente (se fores capaz)
Eu digo, de forma muito clara (como é apanágio de Seguro), que este PS, se chegar ao Governo, lavará as mãos em relação ao trabalho sujo do actual Governo. E o que está feito... está feito. E assim continuaremos.
Esta é uma das razões por que este Governo ainda o é. Seguro é o seu seguro.
Sinto inveja dos soberbos, ao ver como os maus prosperam
«Para eles não há aflições,
pois estão cheios de saúde.
Não sofrem as contrariedades da vida,
nem são atormentados como os outros.
Por isso, enchem-se de orgulho
e cobrem-se com o manto da violência.
Os seus corações transbordam de maldade
e as suas mentes estão cheias de más intenções.»
Salmos 73,4 - 73,7
sábado, 19 de janeiro de 2013
Até no vinho?
O vinho é coisa santa
Que nasce da cepa torta
A uns faz perder o tino
A outros errar a porta
Quadra popular
«Os bebedores de água têm mau carácter.»
Blaise Pascal
P.S. - Pelo que dizem e contradizem, até parece é que os técnicos do FMI estão com os copos.
O que faz o mau tempo!...
Li há pouco que...
Esta deve ter sido a primeira vez na vida que o rio Tâmega transbordou em Abrantes, pois, habitualmente, é o Tejo que passa junto a esta cidade.
Esta deve ter sido a primeira vez na vida que o rio Tâmega transbordou em Abrantes, pois, habitualmente, é o Tejo que passa junto a esta cidade.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
18 de Janeiro de 1934
Para o dia 18 de Janeiro de 1934, as mais importantes organizações sindicais portuguesas, de variadas tendências, convocaram uma greve geral insurreccional, como forma de protesto contra a legislação do Estado Novo, a qual retirava a liberdade ao movimento operário e o desarticulava, privando os trabalhadores dos meios de reivindicação e de protesto, nomeadamente pela proibição de greves.
Havia quem acreditasse que à greve e às acções insurreccionais poderia suceder um golpe militar que pusesse fim ao novo regime.
Alguns acontecimentos, na véspera, puseram as forças policiais e militares nas ruas ou de prevenção. As acções acabaram por ser isoladas e a greve só teve expressão em Almada, Barreiro e Silves. Na Marinha Grande, os operários vidreiros, de maioria comunista, tomaram a Câmara Municipal, hastearam a bandeira vermelha e constituíram um chamado "soviete".
A acção repressiva das forças do Governo foi imediata e violenta: só na Marinha Grande foram cerca de 130 os detidos, a que se juntariam outras centenas de grevistas, sobretudo os principais dirigentes sindicais. Muitos julgamentos efectuaram-se no Tribunal Militar da Trafaria e as penas aplicadas foram pesadas, o que afectou amplamente o movimento operário em Portugal.
Dezenas de prisioneiros do 18 de Janeiro de 1934 foram inaugurar a Colónia penal do Tarrafal, o "campo da morte lenta, na ilha de Santiago (Cabo Verde), a 29 de Outubro de 1936.
O Estado Novo de Salazar começava em força.
Para que não nos esqueçamos, mesmo quando parece que estamos em tempos diferentes.
Havia quem acreditasse que à greve e às acções insurreccionais poderia suceder um golpe militar que pusesse fim ao novo regime.
Alguns acontecimentos, na véspera, puseram as forças policiais e militares nas ruas ou de prevenção. As acções acabaram por ser isoladas e a greve só teve expressão em Almada, Barreiro e Silves. Na Marinha Grande, os operários vidreiros, de maioria comunista, tomaram a Câmara Municipal, hastearam a bandeira vermelha e constituíram um chamado "soviete".
Militares que ocuparam a Marinha Grande |
A acção repressiva das forças do Governo foi imediata e violenta: só na Marinha Grande foram cerca de 130 os detidos, a que se juntariam outras centenas de grevistas, sobretudo os principais dirigentes sindicais. Muitos julgamentos efectuaram-se no Tribunal Militar da Trafaria e as penas aplicadas foram pesadas, o que afectou amplamente o movimento operário em Portugal.
Grevistas presos em Almada |
Dezenas de prisioneiros do 18 de Janeiro de 1934 foram inaugurar a Colónia penal do Tarrafal, o "campo da morte lenta, na ilha de Santiago (Cabo Verde), a 29 de Outubro de 1936.
O Estado Novo de Salazar começava em força.
Para que não nos esqueçamos, mesmo quando parece que estamos em tempos diferentes.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Espaço Açores - Semana da Graciosa
Convite para degustar produtos da ilha da Graciosa, no Espaço Açores (Lisboa - Rua de S. Julião (Baixa) e Rua Elias Garcia (perto do Campo Pequeno).
Fairport by Fairport
A história dos Fairport Convention pelos próprios.
45 anos de uma rica história musical (até hoje).
(e a memória de Sandy Denny)
45 anos de uma rica história musical (até hoje).
(e a memória de Sandy Denny)
Fotheringay, da autoria de Sandy Denny, que abre o disco
What we did on my our holidays, dos Fairport Convention (1969)
Sing, sing, sing... que há semanas assim
Ao desejar uma boa semana, devo ter-me esquecido de a desejar a mim próprio!...
Olha... Sing, sing, sing
Olha... Sing, sing, sing
domingo, 13 de janeiro de 2013
The portuguese word
Não se diga que não há uma marca portuguesa no relatório do FMI.
Está lá a nossa "Refundation", o rethinking dos outros!
O fim da educação como a conhecemos
O fim da Educação como a conhecemos... and I don't feel fine! - opinião de Paulo Guinote no Público (10 de Janeiro).
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Atelier-Museu Júlio Pomar
Júlio Pomar recebeu hoje, dia em que completou 87 anos, a chave do atelier-museu que albergará muitas das suas obras.
Fica na Rua do Vale (a S. Bento), num velho armazém reconstruído segundo o traço de Álvaro Siza. Abrirá em Abril.
Esperemos.
Fica na Rua do Vale (a S. Bento), num velho armazém reconstruído segundo o traço de Álvaro Siza. Abrirá em Abril.
Esperemos.
Onésimo, ele próprio
O inspirado diacronista, ensaísta, filósofo professor universitário nos EUA, sempre à volta dos livros e dos seus autores, açoreano com um louvável sentido de humor que conheci por causa de José Rodrigues Miguéis.
Saltou das suas crónicas, quase sempre em discretas páginas finais dos jornais ou revistas, para uma merecida capa. Que se dê a conhecer quem tem engenho e arte.
A principal razão desta "notoriedade" é a publicação de um livro sobre o seu pensamento - conversas com o próprio - descobrindo, quiçá, facetas menos conhecidas.
O nome é digno do pensador.
Será a próxima compra.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
A lição de Salazar
«Um povo que tenha a coragem de ser pobre é um povo invencível.»
«O país, sujeito desde 2011 a uma intervenção financeira internacional, está à mercê de um grupo que acredita que Portugal tem tudo a ganhar em ficar mais pobre. Pobre "em termos relativos, em termos absolutos até", conforme explicou o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. O tempo é de contrarrevolução e de sonhos regressivos.»
Salazar
«O país, sujeito desde 2011 a uma intervenção financeira internacional, está à mercê de um grupo que acredita que Portugal tem tudo a ganhar em ficar mais pobre. Pobre "em termos relativos, em termos absolutos até", conforme explicou o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. O tempo é de contrarrevolução e de sonhos regressivos.»
Pedro Rosa Mendes
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
O chá nos Açores
Quando em Portugal falamos de chá, falamos sempre de D. Catarina de Bragança e dos Açores.
Os Açores são o único território europeu onde se planta o chá. Os ingleses bem o tentaram plantar e produzir, mas a qualidade andou arredada.
No seu livro Os Cantos, M.ª Filomena Mónica conta como foi introduzida a sua produção industrial no último quartel do século XIX, uma vez que o chá já fora cultivado nos Açores mas como planta ornamental.
Enquanto membro da Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense, o empreendedor proprietário José do Canto, pretendendo diversificar a economia da ilha, então assente na laranja que se exportava para Inglaterra, conseguiu a contratação de dois chineses especialistas no trabalho da cultura e preparação do chá, o mestre Lau-a-Pan e o ajudante Lau-a-Teng.
O contrato, via Macau, foi celebrado em 17 de Novembro de 1877.
Os "chinas" devem ter chegado a S. Miguel em Março de 1878, num navio em que também transportavam uma grande variedade de sementes e os utensílios necessários ao fabrico de chá.
Os primeiros resultados foram "muito encorajadores", embora houvesse dificuldade em "perfumar o chá". Este chá novo não era considerado de primeira qualidade, sendo muito forte, mas era "preferível à maioria dos chás que nos vendem."
A experiência resultou. Os Açores chegaram a ter 16 empresas ligadas à produção de chá.
Hoje continuam a ser a única região da Europa a produzir chá, na ilha de S. Miguel (costa Norte): os chás da Gorreana (empresa fundada em 1883, por Hermelinda Gago da Câmara) e os de Porto Formoso, fundada na década de 1920, encerrada na de 1980 e reaberta em 1998.
Plantação de chá da Gorreana (1994) |
Os Açores são o único território europeu onde se planta o chá. Os ingleses bem o tentaram plantar e produzir, mas a qualidade andou arredada.
No seu livro Os Cantos, M.ª Filomena Mónica conta como foi introduzida a sua produção industrial no último quartel do século XIX, uma vez que o chá já fora cultivado nos Açores mas como planta ornamental.
Enquanto membro da Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense, o empreendedor proprietário José do Canto, pretendendo diversificar a economia da ilha, então assente na laranja que se exportava para Inglaterra, conseguiu a contratação de dois chineses especialistas no trabalho da cultura e preparação do chá, o mestre Lau-a-Pan e o ajudante Lau-a-Teng.
O contrato, via Macau, foi celebrado em 17 de Novembro de 1877.
Plantação de chá de Porto Formoso |
Os "chinas" devem ter chegado a S. Miguel em Março de 1878, num navio em que também transportavam uma grande variedade de sementes e os utensílios necessários ao fabrico de chá.
Os primeiros resultados foram "muito encorajadores", embora houvesse dificuldade em "perfumar o chá". Este chá novo não era considerado de primeira qualidade, sendo muito forte, mas era "preferível à maioria dos chás que nos vendem."
A experiência resultou. Os Açores chegaram a ter 16 empresas ligadas à produção de chá.
Hoje continuam a ser a única região da Europa a produzir chá, na ilha de S. Miguel (costa Norte): os chás da Gorreana (empresa fundada em 1883, por Hermelinda Gago da Câmara) e os de Porto Formoso, fundada na década de 1920, encerrada na de 1980 e reaberta em 1998.
Chá da Gorreana - fábrica (1994) a laborar ininterruptamente desde 1883 |
A quem tenha curiosidade por saber um pouco mais destas empresas, os seus sites de apresentação: Gorreana e Porto Formoso
O site da Gorreana tem um conjunto interessante de imagens.
domingo, 6 de janeiro de 2013
A Oriente
Jardins numa chávena de chá terá sido o nome pensado para o primeiro livro de Em busca do tempo perdido.
E teria sido um nome bem mais apelativo do que aquele que foi adoptado - Do lado de Swann.
Isto a propósito da exposição O chá - De Oriente para Ocidente, que foca o chá e o seu "mundo" sob várias perspectivas e em várias zonas do globo e que deverá ficar no Museu do Oriente até ao fim do mês de Março.
A exposição é muito rica pela quantidade, qualidade e variedade das peças expostas, pertencentes ao acervo do próprio Museu do Oriente, mas também a outros museus portugueses e a coleccionadores particulares.
Porque o Museu tem mais Oriente, a linda porta e o painel decorativo em pau-rosa, de Timor.
E teria sido um nome bem mais apelativo do que aquele que foi adoptado - Do lado de Swann.
Isto a propósito da exposição O chá - De Oriente para Ocidente, que foca o chá e o seu "mundo" sob várias perspectivas e em várias zonas do globo e que deverá ficar no Museu do Oriente até ao fim do mês de Março.
A exposição é muito rica pela quantidade, qualidade e variedade das peças expostas, pertencentes ao acervo do próprio Museu do Oriente, mas também a outros museus portugueses e a coleccionadores particulares.
Porque o Museu tem mais Oriente, a linda porta e o painel decorativo em pau-rosa, de Timor.
(pormenor do painel) |
Sinais dos tempos
A imagem que circula pelo fb e com que te meteste comigo, Andreia, corresponde à verdade, na medida em que o gosto que tinha ao ir para a escola ter aulas convosco já não existe. Perdeu-se completamente.
As razões são várias, mas a triste verdade é essa. É um dos sinais dos tempos.
Saudades.
As razões são várias, mas a triste verdade é essa. É um dos sinais dos tempos.
Saudades.
sábado, 5 de janeiro de 2013
Questão de vida ou de morte
Na Venezuela, sobre o estado de saúde de Hugo Chavez...
... a oposição quer matá-lo,
... os da situação querem ressuscitá-lo.
... a oposição quer matá-lo,
... os da situação querem ressuscitá-lo.