sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

18 de Janeiro de 1934

Para o dia 18 de Janeiro de 1934, as mais importantes organizações sindicais portuguesas, de variadas tendências, convocaram uma greve geral insurreccional, como forma de protesto contra a legislação do Estado Novo, a qual retirava a liberdade ao movimento operário e o desarticulava, privando os trabalhadores dos meios de reivindicação e de protesto, nomeadamente pela proibição de greves.
Havia quem acreditasse que à greve e às acções insurreccionais poderia suceder um golpe militar que pusesse fim ao novo regime.
Alguns acontecimentos, na véspera, puseram as forças policiais e militares nas ruas ou de prevenção. As acções acabaram por ser isoladas e a greve só teve expressão em Almada, Barreiro e Silves.  Na Marinha Grande, os operários vidreiros, de maioria comunista, tomaram a Câmara Municipal, hastearam a bandeira vermelha e constituíram um chamado "soviete".
Militares que ocuparam a
Marinha Grande

A acção repressiva das forças do Governo foi imediata e violenta: só na Marinha Grande foram cerca de 130 os detidos, a que se juntariam outras centenas de grevistas, sobretudo os principais dirigentes sindicais. Muitos julgamentos efectuaram-se no Tribunal Militar da Trafaria e as penas aplicadas foram pesadas, o que afectou amplamente o movimento operário em Portugal.

Grevistas presos em Almada

Dezenas de prisioneiros do 18 de Janeiro de 1934 foram inaugurar a Colónia penal do Tarrafal, o "campo da morte lenta, na ilha de Santiago (Cabo Verde), a 29 de Outubro de 1936.
O Estado Novo de Salazar começava em força.

Para que não nos esqueçamos, mesmo quando parece que estamos em tempos diferentes.

Mulheres de prisioneiros da Marinha Grande

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