quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Igrejas para 3.ªs núpcias

Esclareço que o título não pretende ser o anúncio publicitário que pode parecer.
Acontece que, em duas estadias na cidade do Porto, consegui falhar a visita a um conjunto de igrejas onde tinha pensado ir: Igreja da Foz, de Santa-Clara e de S. Lourenço.

Falhei esta última, em Agosto, por erro na leitura da planta da cidade: acabei a descer as Escadas das Verdades (antigas Escadas das Mentiras), em direcção à Ribeira.
Sobre ela andava curioso relativamente à "alcunha": Igreja dos Grilos. Pensava que o nome estivesse relacionado com os hábitos dos Agostinhos. Afinal, segundo fontes credíveis que consultei, o nome da igreja "viajou" de Lisboa.

A Igreja e Colégio de S. Lourenço corresponde a um conjunto de edifícios mandado construir pelos Jesuítas, no último quartel do século XVI. Expulsos estes pelo Marquês de Pombal, passaram as instalações por outras mãos até os Frades Descalços de Santo Agostinho aí se estabelecerem, em 1780.
As tropas liberais de D. Pedro IV correram com os frades agostinhos do convento, para aí se instalarem, nomeadamente o Batalhão Académico a que pertencia o jovem Almeida Garrett.
Voltaria a mãos religiosas após a guerra civil.

Mas o nome por que eram conhecidos os Frades Descalços de Santo Agostinho - os "Grilos" - pegou e as placas identificativas provam-no.
"Grilos" porque o local onde esse ramo dos Agostinhos se instalou em Portugal, proveniente de Espanha, em 1663, foi o sítio do Grilo (Xabregas), onde ganharam o afectuoso nome de "frades-grilos".

Nas instalações dos "Grilos" funciona hoje o Museu de Arte Sacra e Arqueologia do Porto (tudo num só?).
Numa próxima viagem ao Porto, não posso falhar a Igreja de S. Lourenço.
Grilo seja eu!...

Igreja de S. Lourenço, ao centro,
vista... ao longe (da antiga Cadeia da Relação)

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