«Todos os dias as suas águas pequenas afloram os meus olhos. E eles, que morriam de inanidade, ganham então súbitos brilhos, abrindo respiradouros para a vida. A pureza, quando não é um olhar infantil, é uma aprendizagem entre venenos subtis. Raramente se alcança, e quando isso acontece já os nossos olhos estão secos - como poderá tão melindrosa flor abrir no deserto? Por isso estas águas, por mais exíguas, me são tão preciosas.»
Eugénio de Andrade, Vertentes do olhar
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