terça-feira, 17 de julho de 2012

A trapalhada da desorganização do ano lectivo

Lembro-me de uma série cómica americana que era uma enorme trapalhada e que terminava cada episódio com a pergunta “Confuso?”. À pergunta seguia-se o convite “Então, não perca o próximo episódio.”

Algo de semelhante se passa com o lançamento do ano lectivo de 2012-2013.
Confuso? Então, não perca o próximo episódio.

A ordem dada pelo Ministro das Finanças, directamente ou por interposta pessoa - o pressuposto chefe do (des)Governo – terá sido: poupar x milhões de euros.
Os instrumentos são a criação dos mega agrupamentos, a reorganização curricular e as orientações do lançamento do ano lectivo, nomeadamente o aumento do número de alunos por turma.
Tudo pronto e aplicado garantia o sucesso da política educativa financeira.

Pouco tempo depois de ter entrado em funções no Governo, Nuno Crato foi ao programa do Prof. Marcelo e afirmou: “Quando se está no Governo tem de se saber fazer as coisas.”
Lamento dizer que ele – o Ministro da Educação (a sua equipa) – não sabe o que está a fazer.
Quem não conhece a realidade não pode actuar sobre ela de forma construtiva. Quem não estuda, quem faz o trabalho em cima dos joelhos, não pode ter bons resultados.

E a trapalhada está instalada. Parece que o Ministério se está a aperceber (vagamente) do que significa a reorganização curricular que aprovou. E já começou a pensar em possíveis medidas correctivas. Mas como não quer dar o braço a torcer - não quer mostrar a sua ignorância, a sua preguiça, a sua incompetência - o ministro considera que os professores estão a dramatizar a situação, pois estava tudo previsto, devidamente planificado e tudo corre de acordo com o plano.
Nada de pânico, pois.
Pois!

Crato garante que haverá lugar para todos os professores do quadro - Educação - PUBLICO.PT

E eu, que até tive alguma esperança com a nomeação deste ministro – tínhamos passado recentemente pela experiência traumática da Maria de Lurdes Rodrigues – reconheço que a sua impreparação é óbvia, os seus métodos e os seus tempos de acção desajustados.

E agora?
Depois de dois dias a trabalhar na distribuição de serviço começando a concretizar o objectivo do Governo, nomeadamente através da extinção dos professores contratados (a quem o Ministério insiste em não reconhecer como professores), aguardo poder voltar ao ponto zero da tarefa.
É que esta organização do ano lectivo é bem mais grave do que a licenciatura do Relvas.

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