O (des)entusiasmo por trazer novas vidas ao Mundo
Em
Novembro de 2007, quando visitou o distrito da Guarda, Cavaco Silva
manifestou-se preocupado com a desertificação do interior do País e questionou “Por
que é que nascem tão poucas crianças? O que é preciso fazer para que nasçam
mais crianças em Portugal?”. E acrescentou: “Eu não acredito que tenha
desaparecido nos portugueses o entusiasmo por trazer novas vidas ao Mundo”.
Não
sei se lhe explicaram as razões.
Cinco
anos depois, até já mudou o Governo mas os portugueses ainda não se entusiasmaram.
Usando
os dados do Centro de
Genética Médica Dr. Jacinto Magalhães, relativos ao “teste do pezinho”, calcula-se
que nos primeiros 6 meses deste ano terão nascido menos 4009 bebés do que no
mesmo período de 2011. A confirmar-se este valor, 2012 poderá ser o primeiro ano
em que o número de nascimentos irá ficar abaixo dos 90 mil, desde que há
registos (há cerca de um século).
Se
os especialistas em demografia e as associações de família consideram esta
situação “alarmante” e “irrecuperável”, eu, não sendo especialista mas usando o
senso comum, dou razão a quem não está a querer ter filhos ou a quem está a seguir o conselho do Governo – emigrar. Só prova que são
pessoas realistas. Ter filhos numa sociedade como esta é uma aventura sem rede.
Alarmante
e irrecuperável (para o país) é a hipótese (muito real) de continuarmos, nos
anos mais próximos, com a mesma corja à frente dos destinos de Portugal.
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