terça-feira, 17 de abril de 2012

Bons alunos, maus alunos... e "rafeirices"


Reaproveito a notícia do DN do final da semana passada.
O conceito de bons e maus alunos é relativo.
Imagino, na reunião do Conselho de Ministros, Nuno Crato a anunciar a sua ideia de se poderem criar "turmas de bons alunos" e "turmas de maus alunos".
Imagino logo Passos Coelho, Miguel Relvas e Paulo Portas a exultarem de alegria: "Isso! Portugal não é a Grécia!". Vítor Gaspar exultaria mais devagar.

Na aprovação de um duvidoso Tratado Orçamental da União Europeia, Portugal apressou-se a ser o primeiro país, querendo demonstrar que é um bom aluno, expressão vulgarizada no discurso político.
Este comportamento faz-me lembrar determinado tipo de alunos que só se preocupam em agradar ao professor, independentemente das aprendizagens que façam ou do que quer que seja. A esses, no meu tempo de estudante, chamávamos outros nomes menos carinhosos, que passavam por "graxista" e "lambe-botas".

Já há dias, numa das muitas entrevistas em que se desdobra, o Primeiro-Ministro afirmou que não parecia bem aos olhos dos outros países, na situação em que estamos, decidir o pagamento dos subsídios de férias e de Natal para 2014.
Governam-se pelo que parece ou que acreditam que parece.
Esta preocupação em parecer contrasta com a falta de ser, com a falta de querer e com a falta de afirmação de uma identidade e de ideias próprias.  
Não são estas atitudes que definem o exemplo de bom aluno. Atitudes para parecer bem aproximam-se mais das de um rafeiro amedrontado e servil.
O verdadeiro rafeiro merece respeito.

 

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