quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Não seja piegas!

O presente de quem governa pode ser duro (acredito!), mas o futuro estará assegurado.

Até concordo com Passos Coelho: para o trabalho e o grau de responsabilidade que têm, os membros do Governo ou o Presidente da República não são devidamente remunerados.

Mas a experiência prova que ser ministro é mais do que meio caminho andado para ter um cargo futuro muitíssimo bem recompensado. Que o digam ex-governantes como os 15 que aparecem referenciados no livro Como os Políticos Enriquecem em Portugal, de António Sérgio Azenha, editado pela Lua de Papel.


O jornalista partiu da informação disponível, desde 1995, das declarações de património e rendimentos apresentadas no Tribunal Constitucional, comparando vencimentos do período anterior e do período posterior à passagem pelo Governo.

Pode ser visto aqui, onde, clicando em cima de cada uma das fotos, temos acesso à informação.

Como salienta o autor, não é uma questão de legalidade (embora os próprios, na sua vida partidária, também tenham contribuído para a formulação da lei). É uma questão de princípio do funcionamento do próprio sistema que se pretende (e se afirma) democrático.
Há demasiados vasos comunicantes entre os cargos políticos e os (lugares de topo dos) grandes grupos económicos.
Em Portugal nunca o Estado facilitou a autonomia e o crescimento independente da iniciativa privada e nunca a iniciativa privada deixou de viver à sombra ou às custas directas do Estado. Esta é a realidade passada e presente que os poderes político e económico-financeiro não estão verdadeiramente interessados em alterar, por mais que os discursos de uns e de outros afirmem desejar o contrário. Porque se sustentam mutuamente.

P.S. - E no quadro faltam Eduardo Cartroga e Celeste Cardona, por exemplo. Porque há mais...

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