domingo, 5 de fevereiro de 2012

Fernando Lanhas

Morreu hoje. Nascido em 1923, no Porto, é mais reconhecido como pintor, mas os seus campos de interesse foram muitos. Alguém lhe chamou “o homem dos sete rostos”. Estudou arquitectura na Escola de Belas-Artes, interessou-se por astronomia, geologia, arqueologia (fez pesquisas arqueológicas e de fósseis, de que possuía uma colecção), antropologia, etnografia, escreveu... Arquitecto responsável pela remodelação de vários museus, chegou a dirigir o Museu de Etnografia do Porto.

Sobre Fernando Lanhas, Rui Mário Gonçalves escreveu «Uma meditação persistente sobre os seus sonhos e sobre a astronomia faz deste artista um místico, na sequência espiritual de Teixeira de Pascoaes. Esta poética do cosmos manifesta-se também na adopção feita por Lanhas das formas dos seixos e de outras pedras, marcando-as com elementares listas geométricas.»

Foi um dos precursores, no nosso país, do abstraccionismo geométrico. As suas primeiras obras teriam sido realizadas sob a inspiração da música de J. S. Bach.
Acompanhou Nadir Afonso, Júlio Pomar e Júlio Resende, de quem era primo. Ajudou a realizar as Exposições Independentes (1943 – 1950), criando um espaço para a divulgação do abstraccionismo. Teve também um papel de relevo em recuperar o então esquecido Amadeo de Souza-Cardoso.

O.2-44
Quadro de Fernando Lanhas, exposto em 1945,
hoje no Museu Nacional do Chiado
Sobre Fernando Lamas, que continuou artisticamente activo por muitos anos, Jorge Campos realizou em 2001 o documentário intitulado Lanhas, o mais desirmanado.
Vizinho do Museu de Serralves, a sua obra foi aí objecto de várias exposições e tem vários trabalhos gráficos publicados.

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