quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Hora extraordinária

No final da última aula de hoje, já à saída da sala, um aluno disse-me "Obrigado pela aula".

Pensei que não tinha ouvido bem. Tive de perguntar, ao fim de uns largos segundos de embasbacamento, o que é que ele tinha dito. Era só para confirmar que era verdade. Enfim, para voltar a ouvir algo de raro.
Uma pessoa não está habituada.

Senti que me tinham pago uma hora extraordinária.

2 comentários:

  1. Pois! São momentos como esse que fazem com que a nosssa profissão tenha significado. Apesar de raros são a utopia que nos guia.

    Eu penso sempre que, mesmo que os moços e as moças raramente verbalizem esse tipo de reconhecimento, muitos vezes sentem-no e incorporam-no na sua personalidade como elemento positivamente estruturante. E digo isto porque tenho lá em casa uma menina que,estando no oitavo ano, tem, felizmente, muitas vezes esse tipo de sentimento que verbaliza, ma esmagadora maioria das vezes apenas com colegas e pais.

    Não é a melhor profissão do mundo, mas é das que têm um impacto mais profundo na construção da nossa sociedade. Pena é que não seja valorizada como tal por essa mesma sociedade.

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  2. É pelo sonho que nós (ainda) vamos. Mas parece-me que a valorização da nossa profissão é cada vez menor - ou talvez seja do ensino, em geral (e depois, por arrastamento...). E a falta de perspectivas dos alunos que nós apanhamos é assustadora. Muitas vezes sinto-me a pregar no deserto! Quando se matam os sonhos...

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