quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Com o atraso que me caracteriza...

A última manhã de Setembro



Mar de Setembro


Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves – só
ritmo e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto,
puríssimo, doirado.
Eugénio de Andrade, Mar de Setembro


Mar da Foz (Porto) de Eugénio de Andrade, em Setembro de 2010



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