quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Para a Tânia Patrícia

Tu és a esperança, a madrugada.
Nasceste nas tardes de Setembro,
Quando a luz é perfeita e mais doirada,
E há uma fonte crescendo no silêncio
Da boca mais sombria e mais fechada.


Para ti criei palavras sem sentido,
Inventei brumas, lagos densos,
E deixei no ar braços suspensos
Ao encontro da luz que anda contigo.


Tu és a esperança onde deponho
Meus versos que não podem ser mais nada.
Esperança minha, onde os meus olhos bebem,
Fundo, como quem bebe a madrugada.
Eugénio de Andrade, As mãos e os frutos 

Tânia P. e Margarida (Sintra - 1993)

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