terça-feira, 16 de agosto de 2011

Avaliação docente – a palma do martírio

Diário de Notícias on-line, 13 de Agosto
Santo António, sobre quem escrevemos aqui ontem (o plural majestático fica bem, mesmo em tempos de república pelintra, mas quem escreveu fui eu, que o pessoal tirou férias!), Santo António, dizia, impressionado com a chegada a Santa Cruz das relíquias dos cinco mártires franciscanos de Marrocos, quis partir para este território, “num desejo de missionar e tomar a palma do martírio”.

Em Portugal, nos anos mais recentes, cada Ministro da Educação que toma posse também toma logo a palma do martírio de publicar um (mais ou menos) novo modelo de avaliação dos docentes. E nós, professores, sentimos logo mais viva a nossa fé e o nosso desejo de tomarmos logo mais duas ou três palmas do martírio, porque sofremos os martírios do ME e ainda somos muito capazes de nos martirizar a nós próprios.
Reproduzindo aquela frase usual quando nos oferecem uma prendinha, “Mas porqu’é que se estiveram a incomodar? Não valia a pena! Olh’agora a maçada!”
Ainda na semana passada trouxe da escola a “grata recordação” de uma pasta com documentos sobre a avaliação do desempenho docente, de 2008, onde tenho muito tempo de trabalho. Não serviu p’ra nada! Ó p’ra ela:


O que eu acho piada triste preocupante nas notícias sobre a avaliação dos professores, é a quantidade de comentários que revelam um trauma profundo em relação ao nosso trabalho. Mesmo sem perceberem, muitas vezes, do que estão a falar, falam, barafustam, praguejam...
Será que fomos nós os culpados da sua má formação? Será que os avaliámos mal? Será que ainda vamos ser intimados a pagar a conta aos psiquiatras?

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