sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Arte da Amizade

Esta mensagem deve ter um subtítulo:
Em especial para a Inês

Tinha escrito este texto para publicar no facebook:

          Estimados Amigos
     Quando aderi ao facebook, o meu objectivo era encontrar o contacto de alguns antigos colegas do liceu.
     Atingidos os objectivos, informo que irei fechar esta tasca.
     Agradeço a amabilidade de algumas mensagens, a que nunca ou raramente respondi.
     Os meus Amigos sabem onde me podem encontrar.
          Beijinhos e Abraços
          Até logo
                                     Carlos C.

Eis que, antes de o publicar, à minha caixa de correio chegou o pedido de amizade da Inês Andrade.
Surpresa de todo! Surpresa boa!

Por estas surpresas - Inês, Sara Catalão... - e por alguma que ainda possa acontecer, desisti de desistir e até melhorei a foto do meu perfil.
(vou ficar, discretamente, com a teia montada para que possam cair - no bom sentido! - outros Amigos)

E por uma coincidência de datas, Inês, dedico-te em especial este texto (que é para todos os amigos):

«Também os amigos chegam muitas vezes pelo maior dos acasos. (...)
Às vezes vivemos, anos e anos, sempre com amigos; é uma sorte rara. Outras vezes, dependendo das suas ocupações e das nossas, e do sítio em que eles se encontram e aquele em que nós estamos, vão e vêm, estão presentes às vezes durante semanas, ou meses, ou apenas alguns dias. Mas a amizade verdadeira é uma aquisição duradoura. Mesmo depois de vinte e cinco anos de ausência, abraçamo-nos sem qualquer alteração.
Acredito, aliás, que a amizade, como o amor do qual participa, exige quase tanta arte como uma figura de dança bem conseguida. É preciso um grande entusiasmo e uma grande contenção, muitas trocas de palavras e muitos silêncios. E, sobretudo, muito respeito: O sentimento da liberdade do outro, da dignidade do outro, a aceitação sem ilusões, mas também sem a menor hostilidade ou o mínimo desprezo, de um ser tal como ele é.»
Marguerite Yourcenar, De olhos abertos


Um abraço grande, vinte e dois anos depois de nasceres, com muita ternura.
Que daqui a vinte e cinco anos ainda te possa abraçar.


P.S.: Que música acompanharia bem o texto de Marguerite Yourcenar?

1 comentário:

  1. 'quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana.'
    Marguerite Yourcenar

    * os amigos são nossos espelhos *

    .. quanto à música escolheria:
    Bernardo Sassetti Trio- Objectos No Espelho

    http://www.youtube.com/watch?v=YzJ7Xf4t_UM

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