quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Morreu o Francisco

Morreu Francisco Ribeiro, mais conhecido publicamente por ter sido um dos fundadores dos Madredeus.

Antes de ser Francisco Ribeiro, era o Francisco, irmão da Cristina, minha colega de liceu e de faculdade. Quando lhe ocupávamos a sala para os trabalhos de grupo e prolongávamos os horários pela noite dentro, ouvíamos os ensaios do Francisco, o ainda miúdo – há idades em que os anos fazem diferença – o “arranhar” do violoncelo que lhe seria companhia para a vida. Ainda assistimos, neste privado, à apresentação de algumas composições, à satisfação que lhe enchia o olhar.
Mais tarde, a (meia-)surpresa: o Francisco era o violoncelista dos Madredeus, o grupo que despontava em finais de 80, com as voltas da maralha “à volta de uma coisa velha”.

Nos poucos reencontros com a Cristina, vinha sempre a vaidade pelo mano Francisco, pelo que ele era e pelo que fazia.
Há precisamente um ano – Setembro de 2009 – gravava Desiderata A Junção do Bem.
Agora, a surpresa pelo choque da notícia.

Não posso dizer que o tenha conhecido, mas ficam-me estas recordações e a saudade, uma saudade de que os Madredeus e o Francisco tantas vezes falavam.

«A saudade é como a sombra do homem, sombra que jamais o deixa, porque o sol que ela intercepta é o Espírito e não há horizonte que o oculte.» (Leonardo Coimbra, na sinopse de Desiderata A Junção do Bem)


Ascensão - com os Sétima Legião e Teresa Salgueiro - A força da voz


O Pastor - Madredeus - A força do violoncelo

Em ambos, a Alma na Música.

«Vai placidamente no meio do barulho e da confusão, lembrando-te de quanta paz existe no silêncio.»
Max Ehrmann, Desiderata (poema que serviu de mote para o disco)

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