quarta-feira, 30 de junho de 2010

Rescaldo do Mundial

Não os deixaram respirar!
Foi por causa destas e de outras (mais das outras)...
Para Bailar la Bamba se necessita un pouquito de gracia, y arriba y arriba

Do derby, prefiro esta imagem.
A Espanha impõe-se! O olhar reflecte confiança.



terça-feira, 29 de junho de 2010

Saint-Exupéry


29 de Junho de 1900, data de nascimento de Antoine de Saint-Exupéry.

Há uns anos tive alunos a quem fazia sentido ler passagens de "O Principezinho".
Começava com o diálogo entre o principezinho e a raposa:

«Foi então que apareceu a raposa:
(...)
- Anda brincar comigo, propôs-lhe o principezinho. Estou tão triste...
- Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém me cativou.
- Ah! perdão, disse o principezinho.
Mas depois de ter reflectido, acrescentou:
- Que significa "cativar"?
- Tu não deves ser daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que significa "cativar"?
- Os homesns, disse a raposa, têm espingardas e caçam. É uma maçada! Também criam galinhas. é o único interesse que lhes acho. Andas à procura de galinhas?
- Não, disse o principezinho. Ando à procura de amigos. Que significa "cativar"?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu, disse a raposa. Significa "criar laços...".»

Hoje é mais difícil cativar.

domingo, 27 de junho de 2010

Guilhermina Suggia

Guilhermina Suggia nasceu há 125 anos, na cidade do Porto.

O seu professor no Conservatório de Leipzig, para onde a rainha D. Amélia lhe concedeu uma bolsa de estudo, em 1901, profetizou-lhe o êxito: cheia de talento, conhecedora de todos os segredos do violoncelo, começa a subir e há-de ir tão alto que ninguém a atingirá.

Guilhermina Suggia tocou com grande sucesso nas mais prestigiadas salas de concerto europeias.
Em 2004, a Dutton editou um CD com gravações de concertos de 1927, 1928 e 1946.
Desse disco é possível ouvir uma composição de Bruch:



Na capa do CD e no vídeo, a reprodução de um quadro pintado por Augustus John, entre 1920 e 1923. Durante as sessões no atelier do pintor, Suggia tocava Bach e aquela que era a sua atitude de afirmação, ficou bem vincada no quadro.

domingo, 20 de junho de 2010

33 anos depois, no Liceu D. Pedro V

O Facebook tem destas coisas, apesar da minha não adesão. Mas há os telemóveis e os mails dos amigos facebookianos ou facebookeenses.
E lá embarcámos no convite feito pelo novo Director aos antigos alunos do Liceu D. Pedro V (Lisboa), para visitarmos a escola, ainda em fase de grandes obras que alteraram por completo o seu rosto.
E entre muitas carecas e cabelos brancos (perto de duas centenas), reconhecemos rostos, relembrámos nomes, voltámos às irreconhecíveis salas de aula, demos à tramela (como se diz em S. Miguel). 



A cigarra e a formiga - uma nova versão

A NOSSA FÁBULA

«Uma formiga trabalhava afincadamente, como hábito, quando se cruzou com uma cigarra de ar próspero.
Achou estranho e perguntou-lhe onde ia.
Lesta, a cigarra disse-lhe que seguia para o aeroporto, de partida para Nova Iorque, para uma apresentação de moda.
Despediram-se e a formiga continuou a trabalhar 18 horas por dia, sem folgas, procurando amealhar para os dias maus que se adivinhavam.
Passados uns tempos, encontra novamente a cigarra que lhe disse ter sido fantástica a viagem a Nova Iorque e que, entretanto, já tinha visitado Tóquio e Roma, estando de partida para Paris, em jacto privado. E que, se a formiga quisesse alguma coisa de Paris, estava disponível. A formiga pensou e pediu-lhe: "Olha, se vires por lá o La Fontaine manda-o dar uma curva, da minha parte".

Raul Vaz, Diário Económico, 19 de Junho de 2010 (excerto)

José Saramago - duas formas de falar

Ao ouvir falar personalidades políticas portuguesas e espanholas sobre José Saramago, fica uma sensação de formalismo bacoco do lado português - "Foi uma grande perda para o país e para a cultura..." e outras "frases feitas" do mesmo género - e um discurso sentido, mais verdadeiro e solto do lado espanhol.
Diferença de culturas? Falta de cultura dos nossos políticos?





quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sonho (I)


Esta noite ia sendo atropelado por um barco (dos antigos) da carreira do Barreiro. Uma das suas rodas de plástico raspou pelo meu pé quando descia a rua.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Viva a República - exposição

Finalmente!
Era preciso o ano lectivo chegar ao fim...


Encontros imediatos de 3.º grau

«Uma escola descentrada da sala de aula, em que os alunos se espalham por espaços informais, com os seus computadores portáteis, cruzando-se com os professores na biblioteca e discutindo projectos - é esta a visão que a Parque Escolar tem para o ensino em Portugal.
(...)
Num modelo muito inspirado em experiências de países como a Finlândia ou a Holanda, a Parque Escolar propõe uma escola com espaços mais informais (é o conceito da learningstreet, ver texto nestas páginas), locais para pequenas exposições de trabalhos e, acima de tudo, uma biblioteca, que passa a assumir um lugar central, com jornais, revistas, computadores, Internet. No caso dos liceus antigos, mantém-se por vezes a biblioteca original como "memória histórica" e espaço mais formal, e cria-se uma nova.
(...)»
Jornal Público, 7 de Julho de 2010

Podem ler mais em http://publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/as-novas-escolas-querem-mudar-o-ensino-em-portugal_1440839

Uau!!! Learningstreets... What a conceito, man! É cada paradigma emergente!
Finlândia... Holanda... É já ali!
Estou mesmo a ver...

domingo, 6 de junho de 2010

A Sagração da Primavera

O acaso, hoje, levou-me a abrir O TEMPO, esse grande escultor. E reli o início do primeiro ensaio:

«Começa um ciclo novo: os primeiros caules verdes atravessam como setas as últimas folhas secas do Outono passado. Estamos no tempo em que as neves se derretem e o vento é agreste e em que um cristianismo ainda quase novo, importado do Oriente através da Itália, luta nas regiões do Norte contra um paganismo imemorial e se insinua como o fogo numa floresta velha de árvores mortas; estamos no dealbar tempestuoso do século VII.»
Marguerite Yourcenar

Noutro Oriente, o paganismo está presente e se insinua como o fogo, n' A Sagração da Primavera.

A Sagração da Primavera (Igor Stravinsky),
coreografia de Olga Roriz (CCB, Maio/Junho 2010)

«A Sagração é uma peça à espera do momento e do lugar certos, de uma vontade, de um desejo incontornável.
A Sagração é um desafio, um risco, uma queda no abismo ao qual loucamente me lancei com toda a minha paixão. (...)
Apenas o facto de escrever ou deixar escapar-me da boca a conjugação destas duas simples palavras "a minha Sagração", me transtorna a mente, o coração, a flor da pele.»
Olga Roriz (Maio 2010)

À boleia de quem gosto, liguei o lido, o visto e o ouvido/visto que se pode seguir...