terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

À Lena

O que dizer quando morre uma amiga?

Recordamos os momentos que vivemos juntos, os mais marcantes, os que nos ficam na memória, que sentimos como nossos. E foram bons!...

O liceu onde nos conhecemos numa das primeiras turmas mistas pré-25 de Abril. O D. Pedro V tinha este raro privilégio no início dos anos 70.


Termos vivido os tempos pós-25 de Abril, com todas as vivências que decorreram da abertura e que marcaram a nossa adolescência. Fomos felizes em termos passado por essa época. 

As músicas que ouvíamos, que continuávamos a ouvir e que ficaram para sempre.

Os reencontros mais ou menos regulares, reatados após um largo período de tempo em que trilhámos diferentes caminhos. E, nesse sentido, abençoado facebook que facilitou os nossos contactos. Até agora, em que serve para despedidas emocionadas, repletas de memórias.

Há pouco, o baque da certeza de um vazio (que já se tinha aberto,) que já era esperado...


How I wish, how I wish you were here
(de um disco que não te fartavas de ouvir)



domingo, 19 de fevereiro de 2023

Muito Vermeer para ver...

... pelos felizardos que puderem!

 
Público, 19 de Fevereiro de 2023

«Há uma paciência de chinês na arte de Vermeer
Frase atribuída a Marcel Proust


Processo de Betonização em Curso

 Pedimos desculpa pela interrupção, o processo continua dentro de momentos.



Público, 19 de Fevereiro de 2023

Tudo a bem (dos patos bravos) da Nação!


sábado, 18 de fevereiro de 2023

David Gilmour integrado nos Pink Floyd

Num momento em que Roger Waters e David Gilmour "andam picados", recordamos que...

Em 18 de Fevereiro de 1968, David Gilmour foi integrado oficialmente nos Pink Floyd.

Devido aos problemas que Syd Barrett apresentava, David Gilmour, amigo de infância daquele, já havia sido convidado para integrar o grupo em Dezembro de 1967, pensando, sobretudo, nas apresentações ao vivo da banda.

Os Pink Floyd ainda se apresentaram como um quinteto, mas, durante a gravação de A Saucerful of Secrets, Syd Barrett foi mesmo afastado do grupo e Gilmour oficialmente integrado como guitarrista.

A nova formação apresentou-se no programa Live At Bouton Rouge, a 24 de Fevereiro.

Set the Controls for the Heart of the Sun
a faixa de A Saucerful of Secrets tocada sob a forma de quinteto


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Para que não tentem realizar todos os seus caprichos

«(...) mandamos inicialmente as crianças à escola, não tanto com a intenção de que lá aprendam alguma coisa, mas com a ideia de que se acostumem a sentar-se quietas e a observar prontamente o que lhes é ordenado, de forma a que, no futuro, não tentem imediatamente realizar todos os seus caprichos.»

The Educational Theory of Emmanuel Kant 

Fotografia de Robert Doisneau (série L'École - anos 50)


domingo, 12 de fevereiro de 2023

Respeito e justiça

 E é isto, no geral, desdobrando-se em inúmeros particulares...

Professora com memória!

Aguardamos...


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Cantiga(s) do Fogo e da Guerra

Assanhem-se os ânimos! 

Agilitemos os espíritos guerreiros!

Sus!


Há um fogo enorme no jardim da guerra
E os homens passeiam fagulhas na terra
Os homens passeiam co'os pés no carvão
que os deuses acendem luzindo um tição

Pra apagar o fogo vêm embaixadores
trazendo no peito água e extintores
Extinguem as vidas dos que caiem na rede
e dão água aos mortos que já não têm sede

Ao circo da guerra chegam piromagos
abrem grande a boca quando são bem pagos
Soltam labaredas pela boca cariada
fogo que não arde nem queima nem nada

Senhores importantes fazem pique-niques
churrascam o frango no ardor dos despiques
Engolem sangria dos sangues fanados
e enxugam os beiços na pele dos queimados

É guerra de trapos, do pulmão que cessa
do óleo cansado que arde depressa
Os homens maciços cavam-se por dentro
e o fogo penetra, vai direito ao centro

José Mário Branco
Cantiga do Fogo e da Guerra
Letra: Sérgio Godinho     Música: José Mário Branco


Génio da cooperação para o bem geral!

O génio da ironia na ficção sobre a guerra. 

«Cornelius-Hippolite VandenBeurs consagra-se à organização, em países neutros, note-se bem, mormente na pacífica e laboriosa Schwíndia, de alguns trusts e holding companies através dos quais se procederá à exploração, troca e rateio dos produtos dispensáveis aos dois campos beligerantes: essas empresas, rigorosamente neutrais, é bom acentuarmos, controlavam ao mesmo tempo o capital e a gerência das indústrias que, antes da guerra, nos países agora hostis, haviam funcionado em perfeita harmonia, sob a forma de sindicatos e cartéis. Escusado será dizer que os detentores de tais interesses em cada país "inimigo" não intervinham pessoalmente na gerência desses trusts! Por uma espécie de acordo entre gentlemen, escolhiam-se para directores-delegados cidadãos de países neutros, sabedores e dignos de inteira confiança. Invenção genial, essas empresas prosperaram fabulosamente, vendendo a gregos e a troianos sem discriminação, mantendo vivo em plena guerra o espírito de paz e cooperação internacional, e contribuindo a par disso para acelerar a decisão do conflito, e poupar assim muitas vidas e bens. (Aplausos discretos.) O minério de ferro da Rendânia voltava a esta sob a forma de chuva de obuses e granadas; o carvão da Brancónia e do Littenburgo ia à Lamagna e à Rendânia aquecer os alto-fornos donde saíam os tanques e canhões das ofensivas contra a Brancónia, etc. Não se pode conceber forma mais subtil nem mais elevada de internacionalismo. Isto, meus senhores, é o que se pode chamar génio da cooperação para o bem geral! Chegou-se mesmo à perfeição de proibir que fossem bombardeados, em território nacional ocupado pelo inimigo, os centros de produção empenhados em abastecê-lo de material de guerra.»

José Rodrigues Miguéis, O Milagre segundo Salomé