António Borges Coelho já havia sido agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (1999) e, durante 2018, em que fez 90 anos, foi distinguido com o Prémio da Universidade de Lisboa, tributo de consagração pelo trabalho que desenvolveu naquela instituição, e com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
A faceta de analista político do Presidente da República
A verdade é que dois terços mesmo dois terços (até um poucochinho mais) dos portugueses não quiseram saber das eleições.
Há uma leitura enviesada dos resultados. Só considerando uma votação a triplicar: a minha escolha e... a dos outros dois por quem eu escolhi!
É que quem votou, votou por três!
É com a ajuda do Presidente (e só com ela!) que conseguimos definir os partidos pró-europeus: o PS e os partidos civilizados da ala direita (aqueles que lhe agradam).
O PAN não será pró-europeu? O Livre? O Nós, Cidadãos?
Mesmo o BE e a CDU, defendendo "outra Europa", não andam a pugnar pela saída da Comunidade.
No antigo convento de S. Francisco da Cidade (actual edifício da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa).
Será interessante ter a noção do vasto espaço ocupado por este convento (Governo Civil/PSP, Museu Nacional de Arte Contemporânea e Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, são as instituições que ocupam esse espaço)...
Via Google Maps
(a linha a Poente pode não estar muito correcta)
... e ter uma ideia do aspecto da sua igreja, o edifício deste complexo religioso que mais sofreu com o terramoto, não tendo sido reconstruída.
Maqueta da cidade de Lisboa antes do Terramoto
Vistas do terraço
Cisterna (século XVI)
Chanterene, Caminho do Calvário,
baixo relevo em gesso
(modelo do que foi esculpido, em calcário, no claustro do Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra)
A Fé
(escultura que seria da antiga Igreja da Misericórdia - actual Igreja da Conceição-a-Velha)
Modelo em gesso de Fernando Pessoa,
do escultor Lagoa Henriques,
colocado em frente ao café A Brasileira, no Chiado
Se estivesse dependente da campanha eleitoral e da capacidade de esclarecimento demonstrada pela grande maioria das forças políticas... ainda estava a dormir!
Este é um fim de semana aberto a Conventos e Jardins de Lisboa.
Desde ontem e até amanhã, o primeiro Open Conventos, iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Patriarcado de Lisboa e Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova.
Com conversas, itinerários, visitas livre e visitas guiadas por especialistas, o objectivo é chamar a atenção para o património religioso, artístico e arquitectónico.
Amanhã e Domingo, Jardins Abertos, iniciativa que "abre os portões dos mais incríveis jardins da cidade".
Este Festival "tem como missão difundir o conhecimento da natureza em ambiente urbano, e dessa forma sensibilizar as pessoas para a importância do respeito e da preservação do espaço verde público e privado, favorecendo a sua integração comunitária".
Eduardo Lourenço de Faria nasceu a 23 de Maio de 1923, em São Pedro de Rio Seco, Almeida.
Aos 10 meses, já Eduardo Lourenço tinha ar de pensador
«S. Pedro do Rio Seco é uma aldeia, do distrito da Guarda, entre outras aldeias que estão ali ao lado uma das outras, a cinco quilómetros. Não há praticamente comunicação entre elas, porque realmente não têm nada que trocar entre si. Naquele tempo eram economias de pura subsistência.
(...) E foi nesse mundo que eu vivi uma infância relativamente protegida e aberta também. Aquilo era o último estádio da civilização que já era uma civilização capitalista na sua franja mais rudimentar. Praticamente quase só se vivia do que se produzia na aldeia e não havia trocas. Apenas uma pequena troca que permitia às pessoas comprarem qualquer coisa, vestirem-se, calçarem-se, etc. Muitos daqueles lavradores desse tempo não mandavam os filhos à escola porque não estava na perspectiva deles. Também não teriam dinheiro. Ninguém pensava mandá-los para a Guarda para fazer o Liceu, o quinto ano, e muito menos para a Universidade.
(...) Era um mundo muito arcaico que eu chamo Piccolo Mondo Antico, título de uma novela célebre de Antonio Fogazzaro, que é um título que eu acho admirável. Se algum dia escrevesse memórias sobre S. Pedro, teria um título parecido. Um pequeno mundo morto, ou coisa parecida.»
Apoio à natalidade é todo um conjunto de condições criadas para que as pessoas possam viver com qualidade, terem a segurança do seu posto de trabalho, terem horários decentes, terem salários dignos e outras mais coisas do género.
Possibilitem vidas equilibradas que o saldo demográfico também se reequilibrará.
Niki Lauda era o meu ídolo da F1, no tempo em que esta modalidade automobilística tinha interesse (para mim) e eu dificilmente perdia um GP, então transmitidos em canal aberto.
Aos 15 anos e num mundo mais limitado do que o de hoje, era natural que desse atenção às corridas de Fórmula 1.
Era a época da rivalidade entre Emerson Fittipaldi e Jackie Stewart, terminada pelo abandono deste último no final da época de 1973, na sequência do acidente mortal do seu colega de equipa, François Cévert, nos treinos do GP dos Estados Unidos.
Na época seguinte emergiu Niki Lauda, a fazer dupla com o suíço Clay Regazzoni na Ferrari, que à data atravessava uma fase de desaires. Foi esta dupla de pilotos que fez renascer a equipa e me fez entusiasmar com a modalidade.
Regazzoni ficou a 3 pontos de ser campeão, em 1974, e Niki Lauda sê-lo-ia em 1975 e 1977.
Em 1976 o título falhou por pouco, depois do acidente em Nürburgring, onde o seu carro se incendiou e ele ficou preso na carroçaria, quase perdendo a vida. Foi retirado das chamas por um conjunto de outros pilotos.
Após alguns dias em coma e com marcas no corpo que o caracterizariam até ao fim, Lauda regressou poucas semanas depois, para lutar pelo campeonato com James Hunt (que acabaria por se sagrar campeão).
Mas estava criada a lenda.
Voltaria a vencer em 1977 e 1984. Neste último ano, depois de ter estado retirado durante uns anos da F1, foi no Estoril que se sagrou campeão por... meio ponto de avanço em relação a Alain Prost, seu colega de equipa na McLaren.
Nessa prova, a sua forma cerebral de correr ia-me provocando "problemas de coração"... na casa dos meus primos, em Benfica, um mês depois de me ter casado.
Lauda só nas últimas voltas chegou ao 2.º lugar, o que seria suficiente para lhe garantir o campeonato.
Na década de 70, a F1 até me fazia gastar parte da mesada a comprar a revista Motor.
Eu que até nem ligo a automóveis!...
George Harrison numa homenagem aos corredores de F1 (anos 70)
Nas comemorações da vitória do Benfica, parece-me bem realçar passagens do discurso do treinador do Benfica, pela sua raridade, pela lucidez num ambiente de festa pouco propício a raciocínios lógicos, sobretudo, extra-futebol. «(...) é preciso perceber que o futebol é apenas o futebol (...) há coisas mais importantes na nossa sociedade e no nosso país pelas quais temos que lutar. (...) Se vocês se unirem e tiverem a força e a exigência que têm com o futebol nos outros aspectos do nosso Portugal, da nossa economia, da nossa saúde, da nossa educação, vamos ser um país melhor.»
(Bruno Lage)
Ainda sobre a vitória:
«Tem que partir de nós, do nosso exemplo, começar a olhar para os nossos adversários e, quando eles ganharem, também lhes dar mérito. Só assim é que também eles vão começar a dar-nos mérito.»
Copio estas passagens da comunicação social. Parece-me saudável fazê-lo, como saudável é o facto deste discurso ter sido feito.
Não sei se muita gente o terá ouvido ou lido.
"O futebol é apenas o futebol. Há coisas mais importantes na nossa sociedade e no nosso país", mas ainda hoje os noticiários da noite nos encharcam da festa da vitória de um campeonato e repetem à exaustão as imagens de ontem, que transmitiram em directo.
Talvez os chefes de redacção e responsáveis pela edição dos noticiários devam ler que "O futebol é apenas o futebol. Há coisas mais importantes na nossa sociedade e no nosso país".
«Movimentar a matéria em quantidades necessárias à nossa existência não é, decididamente, um dos objectivos da vida humana. Se fosse, teríamos de considerar qualquer operador de britadeira superior a Shakespeare. Fomos enganados nessa questão por dois motivos. Um é a necessidade de manter os pobres aplacados, o que levou os ricos a pregarem, durante milhares de anos, a dignidade do trabalho, enquanto tratavam de se manter indignos a respeito do mesmo assunto. O outro são os novos prazeres do maquinismo, que nos delicia com as espantosas transformações que podemos produzir na superfície da Terra. Nenhum desses motivos exerce um especial fascínio sobre o verdadeiro trabalhador. Se lhe perguntarmos qual é a melhor parte de sua vida, ele dificilmente responderá: "É o trabalho manual, que sinto como a realização da mais nobre das tarefas humanas, e também porque fico feliz em pensar na capacidade que tem o homem de transformar o planeta. É verdade que meu corpo precisa de horas de descanso, que procuro preencher da melhor forma, mas o meu maior prazer é ver raiar o dia para poder voltar ao trabalho, que é a fonte da minha felicidade." Nunca ouvi nada do género saindo da boca de nenhum trabalhador. Eles encaram o trabalho como deve ser encarado, uma forma de ganhar a vida, e é do lazer que retiram, aí sim, a felicidade que a vida lhes permite desfrutar.»
Festival Islâmico de Mértola «Mértola está em festa desde quinta-feira com o 10.º Festival Islâmico. Os sons, cheiros e cores do mundo do Mediterrâneo invadiram a vila-museu e transformaram Mértola numa verdadeira medina.
(...)
O Festival Islâmico de Mértola é uma festa de celebração da herança cultural, da identidade, do Centro Histórico, do rio Guadiana e de todos aqueles que aqui nasceram, vivem e nos visitam.»
São oficinas, conferências, exposições e concertos por toda a vila...
Festival da Máscara Ibérica
«
O Festival Internacional da Máscara Ibérica é um projecto cujo principal objectivo passa por ampliar o conhecimento, promoção e divulgação de aspectos da cultura popular comuns nos territórios de Portugal e Espanha, tendo como objecto central a Máscara – grande património cultural, de carácter transversal e universal.»
O Festival Internacional da Máscara Ibérica realiza-se anualmente, integrando o Desfile da Máscara Ibérica, a Mostra das Regiões, o Palco Ibérico e o Concurso de Fotografia – Desfile com a Máscara FIMI.
Dia Internacional dos Museus
«Globalmente de acordo com a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), que coordena o evento a nível nacional, estão previstas 660 actividades para o Dia Internacional dos Museus e a Noite Europeia dos Museus, que também se celebra este fim-de-semana.»
Em mais de uma centena de museus, palácios e monumentos tutelados pela DGPC e outros espaços que aderem à iniciativa – municipais, privados ou da igreja – está prevista uma programação de espectáculos de teatro e dança, concertos, cinema, lançamento de livros, visitas guiadas e encenações históricas, entre outras iniciativas, com entradas gratuitas.
As televisões é que não são, decididamente, plataformas culturais.
O programa cultural do dia era (é) variado.
Os "grandes" canais de televisão estavam no futebol, faltavam ainda 3 horas para o jogo do Benfica na Luz!
A RTP 1 insiste num confrangedor Aqui Portugal, com números musicais de um nível inenarrável.
Nos telejornais - se a "festa do título" deixar espaço! - veremos umas farripas da programação cultural.
A noite será do futebol, pela certa (do Marquês ou dos Aliados).
Já tenho a minha playlist preparada para não ter de ouvir a verborreia futebolística.
A exemplo do chá, os Açores são o único produtor de café na Europa.
A Tribuna do Alentejo divulga um plano do Grupo Nabeiro em relação a essa produção.
Esse grupo contratou uma equipa de especialistas brasileiros para estudar as condições de produção de café nos Açores.
Aquela equipa dá formação aos agricultores e o compromisso do Grupo Nabeiro é investir no desenvolvimento da produção, garantindo a compra de toda a produção.
Já existem 30 cafeicultores apoiados, a maior parte na ilha Terceira, e são produzidas cerca de nove toneladas de café.
«Não sabemos quando é que o café açoriano vai chegar às lojas. Há muito trabalho ainda a fazer. Trouxemos uma equipa do Brasil que está nos Açores a fazer um levantamento das necessidades. Esta equipa já percebeu que é possível fazer produção em massa de café nos Açores.» (Rui Nabeiro)
Mas a produção de café nos Açores não é novidade.
No caso do chá, o pioneiro foi José do Canto, que contratou dois chineses para desenvolver a sua produção em S. Miguel.
Numa carta ao director de Kew Gardens, de 28 de Março de 1878, José do Canto escrevia: «A nossa pequena colheita de chá far-se-á dentro de um mês e ouso esperar que me permitireis que vos envie uma amostra deste primeiro chá europeu.»
O café nos Açores também teve como pioneiro o mesmo José do Canto (que introduzira, ainda, o ananás, em 1851).
Em 1875 encomendou café do cabo da Boa Esperança e da Libéria. Desconhecem-se, no entanto, os resultados desta sua experiência agrícola.
Em 2015, era notícia um grupo de produtores de café da ilha Terceira que acabara de formar uma associação regional visando transformar e comercializar o produto através da criação de uma unidade industrial, com recurso a fundos comunitários. (jornal Açoriano Oriental, de 28 de Outubro).
Em S. Jorge, o café dá-se nas fajãs, que têm características físicas muito próprias: são terrenos planos ao nível do mar (numa ilha de encostas escarpadas), que resultaram da acumulação de detritos, na sequência de terramotos ou de escoadas lávicas das erupções vulcânicas, e nos seus terrenos férteis existe um microclima.
As plantas de café chegaram a São Jorge, à Fajã de S. João, através de um emigrante no Brasil, no século XIX, e deram-se bem nesse microclima das fajãs. Lá vi alguns pés de café, em 2008.
Merece realce a plantação de Manuel Nunes - na Fajã dos Vimes, nas traseiras do seu café! - com 350 a 400 plantas (em 2015). A produção anual chega para o seu estabelecimento.