quarta-feira, 31 de julho de 2013

Seixal

A pé, pela baía do Seixal.

Com Lisboa ali atrás
Seixal
Gozando o Sol
Praia da Ponta dos Corvos














A Casa da Cerca, de S. Pedro do Estoril

Conhecia a referência à "Casa da Cerca", em S. Pedro do Estoril, como o local em que se reuniram, no dia 24 de Novembro de 1973, os elementos das comissões Coordenadora e Consultiva do Movimento das Forças Armadas, e onde se contava, pela primeira vez, com a presença de patentes mais elevadas, como os tenentes-coronéis.
E, a crer nos relatos, foi de um tenente-coronel, Luís Ataíde Banazol, que se ouviram as palavras mais entusiastas em relação ao Movimento e o apontar do caminho possível para a reconquista do prestígio perdido pelas Forças Armadas: o derrube pela força do Governo de Marcelo Caetano, através de um golpe militar - a revolução e o fim da guerra colonial.
Mas, agora, eu só queria chegar à casa, porque, morando perto, não sabia onde ficava e, depois de saber, não conhecia a sua história.

Pensava que o "casarão" de que falava Otelo Saraiva de Carvalho pertencia à Colónia Balnear Infantil de O Século (e muita gente pensa isso).
Mas a propriedade era privada, pertencendo a uma família de origem "conservadora, de antecedentes monárquicos e profundas convicções católicas, com ligações de amizade pessoal a numerosas figuras proeminentes do regime salazarista."
Antiga fábrica de conservas de sardinha, tinha sido comprada por essa família, em 1943, para no terreno construir uma nova casa, com vista para o mar. Mas a construção não estava autorizada e o edifício só foi recuperado.

Foi um neto do comprador da casa que a cedeu para a reunião, mais por amizade "militar" com organizadores da reunião do que por motivações políticas.
Motivações políticas tinha a sua irmã, Maria da Fonseca Ribeiro, que já utilizara a casa para esconder propaganda, sem o irmão saber.
E o irmão, tal como os organizadores da reunião, também não sabiam que ela fora presa pela PIDE na véspera da reunião. Levada para Caxias, foi interrogada durante 8 dias. À hora a que a reunião decorreu M.ª da Fonseca Ribeiro estava a ser interrogada. E da casa de S. Pedro não falou.

A casa foi adquirida, em 1988, por um construtor. Parece que terá passado para a posse da Câmara de Cascais. O estado em que se encontra é o que se vê: tristemente em ruína.

Casa da Cerca, S. Pedro do Estoril
(foto tirada do comboio)

Cá vamos cantando e rindo


Quando perceberem o que estão a fazer às escolas - e, por inerência, à educação - será demasiado tarde.
Também é legítimo pensar que o estão a fazer de propósito.

Sem a designação de Professores Titulares - tão cara à ministra Maria de Lurdes Rodrigues - são os que restam dos mais antigos (os que têm horas do Art.º 79), os mais "gastos" e mais fartos, os que menos perspectivas positivas têm do futuro - porque o seu futuro, em termos laborais, acaba já ali à frente, sem o brilho da esperança - são esses, repito, os professores que têm de levar as escolas às costas.
Os novos não entram ou não têm horas de redução para o exercício de cargos e para o desenvolvimento de projectos.
Não é injectado sangue novo no sistema.
Se as reduções da componente lectiva eram excessivas, passou-se ao outro extremo.

Ter horas de redução significa (antigu)idade, experiência, mas não garante, automaticamente, competências de coordenação/gestão/liderança. Antiguidade, hoje, está longe de significar dinamismo, porque a desilusão é grande.
A carolice que fazia mexer muitas escolas cedeu lugar aos novos modelos de gestão, que não acrescentam valor.
As escolas deviam funcionar na mistura de experiência, competência, vontade e dinamismo.
Essa mistura não existe.

Quando houver ruptura geracional no sistema, satisfaçam-se com os que tiverem nota mínima de 14 no exame de acesso à carreira.
Essa nota não garantirá praticamente nada nas competências didácticas, apenas na teoria.
A prova serve para questionar a própria formação inicial que é dada por instituições controladas pelo Ministério (o Estado nem em si próprio confia!).
E serve para reduzir o número de candidatos às vagas que possam surgir, tornando menos chocantes os números que anualmente são divulgados de candidatos sem lugar.
É um pouco como varrer o lixo para debaixo do tapete.


Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda

Marilyn (uma maravilha de sapatos!)
A fila é grande para entrar no Palácio da Ajuda e o percurso, sobretudo na sua parte inicial, não facilita a circulação no palácio.

Tropicália
A exposição em Versalhes terá sido o seu melhor cartão de visita. A comunicação com o público é fácil. O impacte visual atrai e dispõe bem. Esta forma de arte contemporânea, com o seu quê de espectáculo, torna-se mais popular.
Joana Vasconcelos pensa e cria em grande, mesmo quando algumas peças nesta exposição são de dimensões mais modestas, pela sua adequação aos espaços mais íntimos onde decorria a vida familiar, mesmo que uma família real.
Mas são as suas grandes criações, como Marilyn, A noiva, Lilicoptère ou Royal valkyrie, aquelas que mais entusiasmam o público.

Maria Pia (bem achada!)

domingo, 28 de julho de 2013

O melhor pesticida


Nabokov terá dito que "uma boa gargalhada é o melhor pesticida que existe."


Fernando Pessoa em Cascais

«Preciso cada vez mais de ir para Cascais.»
Fernando Pessoa, em carta a Ophélia Queiroz (9 de Outubro de 1929)



Uma pequena exposição sobre Fernando Pessoa e a sua relação com Cascais, no Museu Biblioteca Condes de Castro Guimarães, onde, em 1932, não foi admitido ao lugar de conservador.


Podemos estar descansados

O Governo é implacável com quem provocou (e persiste em provocar) a crise.
O futuro é risonho. Passos sugeriu, inclusive, uma "união nacional".
Um solução de futuro.
Bem escrevia José Gomes Ferreira no seu diário (Dias comuns), em 1968: «O Salazar vai pesar durante anos e anos na nossa vida (...)»




JJ Cale

O adeus de quem escreveu música durante mais de 50 anos.



Nunca devemos esquecer os amigos

Formalmente era presidente do conselho consultivo do BPN - os amigos pediram-lhe esse favor - mas, na prática, só fazia trabalho de porteiro. Por essa razão, tinha pouca informação sobre o que se passava. 

Público, 27 de Julho de 2013
 Desenvolvimento da notícia aqui.
São todos muito sérios.


Acumulação de funções

Como é que alguém consegue desempenhar cabalmente todas estas funções?
Algumas parecem mais títulos honoríficos, daqueles que, nos velhos tempos da monarquia, valiam altas rendas. 
Bem!... A tradição dos altos proventos deve manter-se, mas nem consigo imaginar o que renderão todos estes cargos... 

Com tanta preocupação, não admira que lhe tenha passado despercebida a roubalheira no BPN. Não é humano conseguir estar atento a tudo. 



"Deve de haver entre eles muita cobiça"

Será que quem faz tem mais facilidade em desfazer?

Joaquim Pais Jorge. Tesouro ganha especialista em swaps e PPP | iOnline

«(...) homens que por indústria e engenho voam por cima das águas todas para adquirirem o que Deus lhes não deu, ou a pobreza neles é tanta que de todo lhes faz esquecer a sua pátria, ou a vaidade e a cegueira que lhes causa a sua cobiça é tamanha que por ela negam a Deus e a seus pais.»
Fernão Mendes Pinto, Peregrinação


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Like a Rolling Stone

Mick Jagger - e vão 70!



Like a Rolling Stone - canção de Bob Dylan

A Patriarcal

Busto de D. João V
 O nosso rei-sol aliou-se à Igreja para se firmar no interior e afirmar no concerto das nações europeias.
Lisboa ganhou um Patriarca.
E quem tem um Patriarca tem de ter uma Patriarcal.

O Patriarcado foi ganho em 1716, ano em que, por especialíssima graça, uma bula de Clemente XI dividiu o território da diocese de Lisboa em duas partes: o arcebispado de Lisboa Oriental, com sede na Sé de Lisboa, e o patriarcado de Lisboa Ocidental, com sede na Capela Real do Paço da Ribeira (Santa Igreja Patriarcal).
Em 1740, nova bula deliberou a união das duas dioceses, subalternizando o arcebispado: a sede da diocese seria fixada na nova Patriarcal, a catedral metropolitana, tendo à frente D. Tomás de Almeida, o 1.º Cardeal Patriarca de Lisboa.
No Paço Real concentrava-se o poder político e o poder religioso.


Essa importância tinha de se reflectir, na lógica ostentosa da época.
O enriquecimento com os lucros fabulosos do Brasil permitiu a D. João V o constante enobrecimento dos seus palácios, em termos arquitectónicos, artísticos e decorativos. E de Itália vinham arquitectos, pintores...
À frente dos programas joaninos o "grão Federico romão" - João Frederico Ludovice, "arquitecto por excelência do reinado, fiel depositário do gosto real e seu mentor imediato".

D. Tomás de Almeida
A Capela Real do Paço da Ribeira evoluiu desde a subida ao trono de D. João V.
A sua reforma mais sumptuosa ocorreu entre 1743 e 1746, depois de se ter tornado Patriarcal e da criação papal do título de Cardeal Patriarca.
A exposição A Encomenda Prodigiosa, no Museu Nacional de Arte Antiga, é sobre os projectos e as obras da Patriarcal, que tão pouco tempo estaria erguida na sua plenitude. O terramoto de 1755 deixou-a em ruínas.
Restou a sua "extensão", a Capela de S. João Baptista, na Igreja de S. Roque, onde a exposição se prolonga.

Curiosamente, o 1.º Cardeal Patriarca, D. Tomás de Almeida, também foi anteriormente Bispo do Porto, a exemplo de D. Manuel Clemente.


O Paço Real antes do terramoto (reconstrução virtual) - 
filme exibido na exposição do Museu Nacional de Arte Antiga.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

24 de Julho de 1833

«Ao romper do dia 24 de Julho, tendo começado a fuga vergonhosa duma divisão de seis mil infantes, seiscentos lanceiros e duas baterias, comandados pelo duque do Cadaval, e ainda antes dos primeiros destacamentos liberais terem atravessado o Tejo, o povo de Lisboa aclamara a rainha e a Carta e içara bandeiras azuis e brancas. O primeiro acto foi o de arrombar as cadeias, o Limoeiro, o Aljube, o Castelo, e soltar milhares de presos, os políticos à mistura com os criminosos comuns. O rio enchera-se de embarcações de todos os calados, embandeiradas e muito guarnecidas de gente que queria ver os vencedores, vitoriá-los, trazê-los depressa para a capital livre de despotismo.»
Álvaro Guerra, A guerra civil (romance)

Cais do Sodré (Pr. Duque da Terceira)
Estátua do Duque, que comandou as
tropas liberais que tomaram Lisboa há 180 anos

BPNgate - a saga continua



A escolha do novo MNE terá a ver com a podridão dos hábitos políticos, a ligação dos interesses financeiros à política.

Andava a dormir quando era Presidente do Conselho Superior da Sociedade Lusa de Negócios e representava os os accionistas do BPN?
É ingénuo?
Não sabia de nada?!!
Pensa que somos ingénuos?

Ecorkhotel

Próximo de Évora, constituído por 56 suites independentes, um (eco-) hotel cuja parte exterior do edifício principal é revestida a cortiça.
Na sua construção utilizaram-se materiais existentes na zona e, quanto às fontes energéticas, são utilizadas as energias solar e geotérmica para o aquecimento do edifício principal, das piscinas e das águas do hotel.
Em redor, sobreiros, azinheiras e oliveiras.


Abre o apetite das férias.

Livros e leitura

Sobre livros e leitura em Portugal, pegando na notícia do encerramento próximo da Livraria Sá da Costa, encontrei uns dados estatísticos que ajudarão a explicar o triste percurso de muitas das chamadas livrarias independentes.
Costuma dizer-se que as estatísticas valem o que valem e estas... valem o que valem.

Segundo dados do INE:
  • entre 2007 e 2011 o número de livrarias no país diminuiu de 689 para 587;
  • em 2011, os agregados familiares terão gasto, em média, 75 euros em livros (incluindo os manuais escolares);
  • em 2011, 58,4% dos portugueses não teria lido qualquer livro.
Não tenho dados comparativos com anos anteriores para saber das tendências, nem estou a fazer nenhum estudo, mas que a paisagem é desértica... é!




Petição on-line defende classificação da Livraria Sá da Costa

Um grupo de cidadãos lançou uma petição a defender a classificação da Livraria Sá da Costa como património de interesse público - pode assinar aqui

A Livraria Sá da Costa, enquanto editora, comemorou o seu centenário este ano, no dia 10 de Junho, sendo responsável pela publicação de clássicos da literatura universal e da literatura portuguesa.
A livraria (loja), associada à editora, tem a sua morada no Chiado desde 1943. Antes  localizava-se na Rua do Poço dos Negros.


Administrada judicialmente pelos seus cinco funcionários, depois da anterior gestão ter deixado a livraria à beira do "desastre", estes viram agora negado o seu plano de viabilização da empresa, sendo declarada a sua insolvência.
Neste momento, mais do que defender a Sá da Costa e o trabalho dos seus funcionários, já é a salvaguarda do património arquitectónico que está em causa - «a defesa do património edificado e do interior da livraria, que foi um dos primeiros estabelecimentos, em Lisboa, decorados segundo o modelo Art Déco.» (Susana Pires, uma das funcionárias)

Conjugadas a fraca capacidade cultural da população, a lei do mercado que faz concentrar a distribuição/venda nos grandes grupos e a nova lei do arrendamento... vamos gerando uma cidade de Lisboa sem identidade.



terça-feira, 23 de julho de 2013

Noite de Alice

Hoje, encontrei-a e já não a larguei.
Foi uma noite de Alice.



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mais anilhado c' o pobre do cagarro

Anilhado, é assim que me sinto.


Rui Tavares, no Público de hoje, "apanhou a estrutura" do discurso presidencial:

«Os discursos de cavaco Silva à nação começam a ter uma certa lógica. Dividem-se em duas partes: antes do copo d' água (a.c.) e depois do copo d' água (d.c.). Antes do copo d' água Cavaco explica-nos como é que tudo aquilo que ele queria deu errado: os partidos não quiseram um compromisso de salvação nacional que "75% dos países de dimensão média da União Europeia" têm... e etc., por mais incompreensível e intelectualmente desonesto que seja. Depois Cavaco pára. Apossa-se do copo d' água. Bebe com sofreguidão. Ouvem-se dezenas de cliques de fotógrafos acampados em frente ao Presidente. Diz: "Portugueses". E finalmente explica-nos que vai fazer aquilo que não queria fazer há quinze dias.»

Conclusão: anilhados!!!

P.S. - Cagarro ou cagarra? Ou as duas coisas?


Um dia eléctrico

«Que humano era o toque metálico dos eléctricos!»
Bernardo Soares, Livro do Desassossego

A Santa Luzia

No Largo das Portas do Sol

Na Graça

Na Rua das Escolas Gerais

A subir a S. Vicente de Fora

Na Rua Vítor Cordon
 


Calçada de S. Francisco

Carreira 28, claro!
Um percurso de 7 km através da cidade de Lisboa.

«O eléctrico 28 é da CARRIS. Mas é, também, de Lisboa.
(...) Poucos lisboetas não terão, alguma vez, viajado no "28", sentindo o prazer de abordar a cidade de uma forma diferente. (...) o "28" é uma forma privilegiada de ver e sentir Lisboa, no seu quotidiano, usufruindo da sua luz, dos seus sons e dos seus cheiros.»
J. Manuel Silva Rodrigues, Presidente do Conselho de Administração da CARRIS (2010)


domingo, 21 de julho de 2013

Atelier-Museu Júlio Pomar

Visitei-o hoje, pela primeira vez.
Em torno do acervo


Azulejo

Corpo Verde  -  1979
Junção e conjugação 

O banho das crianças no Tuatuari II  -  1997
 A cor e o gesto


No tempo das cagarras


Veja este vídeo fantástico do MSN - Ilhas Selvagens: Cavaco Silva e as cagarras
(TVI)

Recordo que as cagarras foram eleitas a ave do ano, em 2011, pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).


Vir'ó disco e toca o mesmo

Mais coisa, menos coisa...
... volta tudo ao que era dantes.

Público, 21 de Julho de 2013

Desculpem a repetição, mas esta fotografia é deliciosa

sábado, 20 de julho de 2013

Metáforas?

"Ratos" será uma metáfora de "Portas"?


Esta imagem também será uma metáfora?

Uma maioria, um presidente, um governo e uma oposição

Uma maioria, um presidente, um governo e uma oposição.
Uops!! Parece que não conseguiram ter uma oposição.