quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Homenagem a quem aprovou o Orçamento de Estado
Como esta
gente odeia, como espuma
por entre os dentes podres a sua baba
de tudo sujo nem sequer prazer!
Como se querem reles e mesquinhos,
piolhosos, fétidos e promíscuos
na sarna vergonhosa e pustulenta!
Como se rabialçam de importantes,
fingindo-se de vítimas, vestais,
piedosas prostitutas delicadas!
Como se querem torpes e venais
palhaços pagos da miséria rasca
de seus cafés, popós e brilhantinas!
Há que esmagar a DDT, penicilina
e pau pelos costados tal canalha
de coxos, vesgos, e ladrões e pulhas,
tratá-los como lixo de oito séculos
de um povo que merece melhor gente
para salvá-lo de si mesmo e de outrem.
por entre os dentes podres a sua baba
de tudo sujo nem sequer prazer!
Como se querem reles e mesquinhos,
piolhosos, fétidos e promíscuos
na sarna vergonhosa e pustulenta!
Como se rabialçam de importantes,
fingindo-se de vítimas, vestais,
piedosas prostitutas delicadas!
Como se querem torpes e venais
palhaços pagos da miséria rasca
de seus cafés, popós e brilhantinas!
Há que esmagar a DDT, penicilina
e pau pelos costados tal canalha
de coxos, vesgos, e ladrões e pulhas,
tratá-los como lixo de oito séculos
de um povo que merece melhor gente
para salvá-lo de si mesmo e de outrem.
Jorge de Sena
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
A livraria Galileu (Cascais)
É um daqueles sítios onde tenho sempre a
tentação de entrar quando vou a Cascais. Por vezes, resisto – os livros são
viciantes e aquele é um espaço sagrado, de paixão pelos livros. Mas, no mínimo,
espreito os que estão nas bancadas exteriores (é o ritual menor). Quando entramos…
é certo que ficamos presos.
A livraria Galileu tornou-se também um espaço alfarrabístico, celebrando o que diz ser (e confirmo)um casamento feliz entre livros novos e livros usados, incluindo edições antigas. A cave é, por isso, o lugar maior de perdição, com livros empilhados num caos mais aparente do que real. Há um mapa do tesouro…
Quem gosta de livros e vai a Cascais não pode deixar de visitar.
É um lugar com alma. Na Av. Valbom, muito perto da estação de comboios e quase
ao lado… do Santini (os gelados são outra história).
É possível conhecer (virtualmente) a sua proprietária, Caroline Tyssen, e a sua forma de estar no negócio, através do vídeo do programa Nada de Cultura, do dia 13 de Abril de 2011, na TVI 24, apresentado por Francisco José Viegas, quando estava de saúde, antes da aventura na desventurada Secretaria de Estado da Cultura. Tema desse programa: as livrarias.
Foi inaugurada a 22 de Dezembro de 1972, por quem
queria colmatar a ausência de uma livraria em Cascais, criando um lugar que
fosse também de tertúlia. Como diz Duarte Nuno Oliveira, um dos seus fundadores,
«um lugar que promovesse, através do amor pela leitura dos seus visitantes, uma
vivência desempoeirada da cultura.» Foi cenário de encontros e de sessões de
autógrafos e local de convívio em torno dos livros, porque o mais difícil é não
falar de livros com quem nos recebe - e somos muito bem recebidos, nomeadamente
por Caroline Tyssen, uma das fundadoras, verdadeira apaixonada pelos livros e, logo, pelo que faz. Tanto que até ao Domingo a livraria abre, das 11 h às 19 h.
A livraria Galileu tornou-se também um espaço alfarrabístico, celebrando o que diz ser (e confirmo)um casamento feliz entre livros novos e livros usados, incluindo edições antigas. A cave é, por isso, o lugar maior de perdição, com livros empilhados num caos mais aparente do que real. Há um mapa do tesouro…
A cave - "Por favor não desarrume a minha ordem" |
É possível conhecer (virtualmente) a sua proprietária, Caroline Tyssen, e a sua forma de estar no negócio, através do vídeo do programa Nada de Cultura, do dia 13 de Abril de 2011, na TVI 24, apresentado por Francisco José Viegas, quando estava de saúde, antes da aventura na desventurada Secretaria de Estado da Cultura. Tema desse programa: as livrarias.
Portugal e o Holocausto
Decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, entre hoje e amanhã, a conferência Portugal e o Holocausto - Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro, organizada pela Embaixada dos Estados Unidos em Portugal, pela Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento e pela própria Fundação.
Reunindo especialistas, académicos e educadores de vários países, a conferência tem o objectivo de contribuir para o aumento do conhecimento desse facto histórico, nomeadamente o papel de Portugal no quadro europeu da época do Holocausto, e incrementar o seu ensino em Portugal, valorizando o conhecimento histórico dos acontecimentos do passado recente para que os mesmos não sejam esquecidos e os erros não sejam repetidos.
Reunindo especialistas, académicos e educadores de vários países, a conferência tem o objectivo de contribuir para o aumento do conhecimento desse facto histórico, nomeadamente o papel de Portugal no quadro europeu da época do Holocausto, e incrementar o seu ensino em Portugal, valorizando o conhecimento histórico dos acontecimentos do passado recente para que os mesmos não sejam esquecidos e os erros não sejam repetidos.
domingo, 28 de outubro de 2012
Refundidos
Ao lado da "refundação" de Passos Coelho, até o que o Seguro diz parece ter muita clareza.
Quem não sabe o que fazer... refunda!
Quem não sabe o que faz... afunda!
«O problema, com este governo a que V. Ex.ª preside, é ser constituído por políticos amadores e vastamente incultos: faltando-lhes cultura (histórica e não só), tendem a não ter perspectivas e a não mergulhar nas experiências milenares que a História regista para com ela aprendermos.»
Quem não sabe o que fazer... refunda!
Quem não sabe o que faz... afunda!
«O problema, com este governo a que V. Ex.ª preside, é ser constituído por políticos amadores e vastamente incultos: faltando-lhes cultura (histórica e não só), tendem a não ter perspectivas e a não mergulhar nas experiências milenares que a História regista para com ela aprendermos.»
Eugénio Lisboa, segunda carta aberta ao Primeiro Ministro de Portugal
Faltavam as nozes
Já passámos pelas castanhas e pelos figos.
Esta festa é conhecida por Feira das Nozes |
Como dizem os outros:
República em saldo
Não se trata de crítica política.
A Aillaud & Lellos tem uma série de livros em saldo.
Neste tempo de vacas magras aproveitamos tudo. E lancei-me à República.
Pela (triste) aparência, a Aillaud & Lellos deverá estar para seguir o caminho da (ex)Livraria Portugal (actualmente uma pastelaria ou coisa parecida), meia dúzia de portas mais acima.
A Aillaud & Lellos tem uma série de livros em saldo.
Neste tempo de vacas magras aproveitamos tudo. E lancei-me à República.
Menos uma livraria?
sábado, 27 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
O olhar descoberto
Diz-me se
na água reconheces o rumor
adormecido dos búzios
Diz-me se o outono tem
a ver com as algas
com a incerteza das folhas
e se há um sentido oculto
no rodar das estações
Diz-me se
toda a imagem é engano
ou filha enjeitada
do fogo
Diz-me se é certo
que o tempo
é um único olhar
prolongado nos dias
se a vida é o avesso da vida
e se há morte
na água reconheces o rumor
adormecido dos búzios
Diz-me se o outono tem
a ver com as algas
com a incerteza das folhas
e se há um sentido oculto
no rodar das estações
Diz-me se
toda a imagem é engano
ou filha enjeitada
do fogo
Diz-me se é certo
que o tempo
é um único olhar
prolongado nos dias
se a vida é o avesso da vida
e se há morte
José Tolentino Mendonça
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Festa da Castanha
Depois dos figos (e do azeite)... as castanhas.
A agricultura é que está a dar!
Depois, façam favor de caminhar um pouco (para manter a elegância).
terça-feira, 23 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
Eterno retorno
«A morte também é uma mãe, é maternal, é um sossego. Sai-se do ventre da mãe e entra-se no ventre da terra, não é? Tem essa coisa de acolhimento, de serenidade, de tranquilidade. De regresso. É uma coisa engraçada: desde miúdo sempre tive uma noção circular de tudo. Concebia o mundo sempre numa estrutura circular.»
Manuel António Pina (1943 - 2012) |
sábado, 20 de outubro de 2012
O Ministro das Finanças e as dona de casa
Não sei se a afirmação está relacionada com o conteúdo do livro (e provavelmente vou ficar sem saber), mas na apresentação do novo livro de José Rodrigues dos Santos, A Mão do Diabo, Medina Carreira disse preferir "uma dona de casa no lugar do ministro das Finanças, porque qualquer dona de casa sabe fazer contas à sua vida":
A afirmação pode pecar por injusta: nada nos diz que Vítor Gaspar não saiba fazer contas à sua vida. Ele não sabe, decididamente, é fazer contas à nossa vida.
A afirmação pode pecar por injusta: nada nos diz que Vítor Gaspar não saiba fazer contas à sua vida. Ele não sabe, decididamente, é fazer contas à nossa vida.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Interpretação livre
Gostava de ser governado por homens livres
«Acho que este é um governo de pardalada. E não quero ser insultuoso, mas estas pessoas são muito agarotadas e sobretudo não têm a noção do bem comum, do interesse público. Não faz parte dos seus quadros mentais. Não quer dizer que Passos Coelho seja um mau rapaz, mas o percurso desta gente é de quem vive de expedientes e está atrelado a interesses. Gostava de ser governado por homens livres. Nunca vi as coisas tão degradadas.»
Mário de Carvalho, em resposta à pergunta
"E como está a ver os tempos que correm?"
(JL, 17 de Outubro de 2012)
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
mpmp
O Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa (mpmp) é uma associação sem fins lucrativas que tem como principal objectivo a divulgação de "música erudita de tradição ocidental", sobretudo a de compositores portugueses.
Nasceu em 2009, ano em que iniciou a criação de uma (excelente) base de dados de compositores portugueses - https://sites.google.com/site/patrimoniomusical/ .
Em 2010 passou a editar a revista glosas (o mpmp parece não gostar de usar maiúsculas), dedicada à divulgação do património musical lusófono. Já criou, também, um canal no YouTube - http://www.youtube.com/user/mpmpcanal
O mpmp tem uma activa agenda de concertos e desenvolve projectos de edição de CDs (colecção melographia portugueza, assim, novamente sem maiúsculas) e partituras.
Esta informação e tudo o mais sobre o mpmp encontra-se em https://sites.google.com/a/mpmp.pt/mpmp/ .
Só não gosto da ausência de maiúsculas!
Nasceu em 2009, ano em que iniciou a criação de uma (excelente) base de dados de compositores portugueses - https://sites.google.com/site/patrimoniomusical/ .
Em 2010 passou a editar a revista glosas (o mpmp parece não gostar de usar maiúsculas), dedicada à divulgação do património musical lusófono. Já criou, também, um canal no YouTube - http://www.youtube.com/user/mpmpcanal
O mpmp tem uma activa agenda de concertos e desenvolve projectos de edição de CDs (colecção melographia portugueza, assim, novamente sem maiúsculas) e partituras.
Esta informação e tudo o mais sobre o mpmp encontra-se em https://sites.google.com/a/mpmp.pt/mpmp/ .
Só não gosto da ausência de maiúsculas!
Moby Dick - o desejo do mar
«Chamem-me Ismael. Há alguns anos, quantos ao certo não importa, com pouco ou nenhum dinheiro na bolsa, e sem nada de especial que me interessasse em terra, veio-me à ideia meter-me num navio e ver a parte aquática do mundo. É uma maneira que eu tenho de afugentar a melancolia e regularizar a circulação. Sempre que na minha boca se desenha um esgar carrancudo; sempre que me vai na alma um Novembro húmido e cinzento, sempre que dou comigo a deter-me involuntariamente em frente das agências funerárias ou a engrossar o séquito de todos os funerais com que me deparo; e, especialmente, sempre que me sinto invadido por um estado de espírito de tal maneira mórbido, que só os sólidos princípios morais me impedem de descer à rua com a ideia deliberada de arrancar metodicamente os chapéus a todos os transeuntes, nessa altura, dou-me conta que está na hora de me fazer ao mar, quanto antes. É o meu estratagema para evitar o suicídio. catão lança-se sobre a espada com um floreado filosófico; eu, calmamente, embarco. Nada há de surpreendente nisto. Embora não se dêem conta, tal como eu, quase todos os homens acalentam, mais tarde ou mais cedo, este desejo do mar.»
Este é o primeiro (e longo) parágrafo de Moby Dick, cujo aniversário da edição (161.º) é lembrado hoje.
Este é o primeiro (e longo) parágrafo de Moby Dick, cujo aniversário da edição (161.º) é lembrado hoje.
Neste dia cinzento de Outubro, também me meti num navio e embarquei. Fiz-me ao rio. Não por homenagem a Melville, mas por obrigação. Teve de ser, num modesto cacilheiro.
Manifesto "Pelo jornalismo, pela democracia"
Porque considero que a situação que se vive, em termos de direitos e de valores democráticos, é preocupante e não confio em quem ocupa algumas das mais importantes estruturas do Estado, transcrevo o Manifesto.
Pelo jornalismo, pela democracia
A crise que abala a maioria dos órgãos de informação em Portugal pode parecer aos mais desprevenidos uma mera questão laboral ou mesmo empresarial. Trata-se, contudo, de um problema mais largo e mais profundo, e que, ao afectar um sector estratégico, se reflecte de forma negativa e preocupante na organização da sociedade democrática.
O jornalismo não se resume à produção de notícias e muito menos à reprodução de informações que chegam à redacção. Assenta na verificação e na validação da informação, na atribuição de relevância às fontes e acontecimentos, na fiscalização dos diferentes poderes e na oferta de uma pluralidade de olhares e de pontos de vista que dêem aos cidadãos um conhecimento informado do que é do interesse público, estimulem o debate e o confronto de ideias e permitam a multiplicidade de escolhas que caracteriza as democracias. O exercício destas funções centrais exige competências, recursos, tempo e condições de independência e de autonomia dos jornalistas. E não se pode fazer sem jornalistas ou com redacções reduzidas à sua ínfima expressão.
As lutas a que assistimos num sector afectado por despedimentos colectivos, cortes nos orçamentos de funcionamento e precarização profissional extravasa, pois, fronteiras corporativas.
Sendo global, a crise do sector exige um empenhamento de todos - empresários, profissionais, Estado, cidadãos - na descoberta de soluções.
A redução de efectivos, a precariedade profissional e o desinvestimento nas redacções podem parecer uma solução no curto prazo, mas não vão garantir a sobrevivência das empresas jornalísticas. Conduzem, pelo contrário, a uma perda de rigor, de qualidade e de fiabilidade, que terá como consequência, numa espiral recessiva de cidadania, a desinformação da sociedade, a falta de exigência cívica e um enfraquecimento da democracia.
Porque existe uma componente de serviço público em todo o exercício do jornalismo, privado ou público;
Porque este último, por maioria de razão, não pode ser transformado, como faz a proposta do Governo para o OE de 2013, numa "repartição de activos em função da especialização de diversas áreas de negócios" por parte do "accionista Estado";
Porque o jornalismo não é apenas mais um serviço entre os muitos que o mercado nos oferece;
Porque o jornalismo é um serviço que está no coração da democracia;
Porque a crise dos média e as medidas erradas e perigosas com que vem sendo combatida ocorrem num tempo de aguda crise nacional, que torna mais imperiosa ainda a função da imprensa;
Porque o jornalismo é um património colectivo;
Os subscritores entendem que a luta das redacções e dos jornalistas, hoje, é uma luta de todos nós, cidadãos.
Por isso nela nos envolvemos.
Por isso manifestamos a nossa solidariedade activa com todos os que, na imprensa escrita e online, na rádio e na televisão, lutando pelo direito à dignidade profissional contra a degradação das condições de trabalho, lutam por um jornalismo independente, plural, exigente e de qualidade, esteio de uma sociedade livre e democrática.
Por isso desafiamos todos os cidadãos a empenhar-se nesta defesa de uma imprensa livre e de qualidade e a colocar os seus esforços e a sua imaginação ao serviço da sua sustentabilidade.
Proponentes:
Adelino Gomes
Alfredo Maia - JN (Presidente do Sindicato de Jornalistas)
Ana Cáceres Monteiro, Media Capital
Alexandre Manuel - Jornalista e Professor Universitário
Ana Goulart - Seara Nova
Ana Romeu - RTP
Ana Sofia Fonseca - Expresso
Ana Tomas Ribeiro - Lusa
Anabela Fino - Avante
António Navarro - Lusa
António Louçã - RTP
Camilo Azevedo - RTP
Carla Baptista - Jornalista e Professor Universitária
Cecília Malheiro - Lusa
Cesário Borga
Cristina Martins - Expresso
Catarina Almeida Pereira - Jornal de Negócios
Cristina Margato - Expresso
Daniel Ricardo - Visão
Diana Ramos - Correio da Manhã
Diana Andringa
Elisabete Miranda - Jornal de Negócios
Frederico Pinheiro - SOL
Fernando Correia - Jornalista e Professor Universitário
Filipe Silveira - SIC
Filipa Subtil - Professora Universitária
Filomena Lança - Jornal de Negócios
Hermínia Saraiva - Diário Económico
Joaquim Fidalgo
Joaquim Furtado
Jorge Araújo - Expresso
José Milhazes - SIC / Lusa (Moscovo)
José Vitor Malheiros
João Carvalho Pina - Kameraphoto
João Paulo Vieira - Visão
João d'Espiney, Público
José Luiz Fernandes - Casa da Imprensa
José Manuel Rosendo - RDP
José Rebelo - Professor e ex-jornalista
Luis Andrade Sá - Lusa (Delegação de Moçambique)
Luis Reis Ribeiro - I
Liliana Pacheco - Jornalista (investigadora)
Luciana Liederfard - Expresso
Luísa Meireles - Expresso
Maria de Deus Rodrigues - Lusa
Maria Flor Pedroso - RDP
Maria Júlia Fernandes - RTP
Martins Morim - A Bola
Manuel Esteves - Jornal de Negócios
Manuel Menezes - RTP
Margarida Metelo - RTP
Margarida Pinto - Lusa
Mário Nicolau - Revista C
Miguel Marujo- DN
Miguel Sousa Pinto - Lusa
Mónica Santos - O Jogo
Nuno Pêgas - Lusa
Nuno Aguiar - Jornal de Negócios
Nuno Martins - Lusa
Óscar Mascarenhas - DN
Patrícia Fonseca - Visão
Paulo Pena - Visão
Pedro Rosa Mendes
Pedro Caldeira Rodrigues - Lusa
Pedro Sousa Pereira - Lusa
Pedro Manuel Coutinho Diniz - Professor Universitário
Pedro Pinheiro - TSF
Raquel Martins - Publico
Rui Cardoso Martins
Ricardo Alexandre - Antena 1
Rosária Rato - Lusa
Rui Peres Jorge - Jornal de Negócios
Rui Nunes - Lusa
Sandra Monteiro - Le Monde Diplomatique
Sofia Branco - Lusa
Susana Barros - RDP
Susana Venceslau - Lusa
Tomas Quental - Lusa
Tiago Dias - Lusa
Tiago Petinga -Lusa
Vitor Costa – Lusa
Este é apenas o primeiro passo duma iniciativa que pretende ser mais ampla.
Nos próximos dias todos os jornalistas, bem como todos os cidadãos vão ser convidados a assinar e a participar.
Pelo jornalismo, Pela democracia
Pelo jornalismo, pela democracia
A crise que abala a maioria dos órgãos de informação em Portugal pode parecer aos mais desprevenidos uma mera questão laboral ou mesmo empresarial. Trata-se, contudo, de um problema mais largo e mais profundo, e que, ao afectar um sector estratégico, se reflecte de forma negativa e preocupante na organização da sociedade democrática.
O jornalismo não se resume à produção de notícias e muito menos à reprodução de informações que chegam à redacção. Assenta na verificação e na validação da informação, na atribuição de relevância às fontes e acontecimentos, na fiscalização dos diferentes poderes e na oferta de uma pluralidade de olhares e de pontos de vista que dêem aos cidadãos um conhecimento informado do que é do interesse público, estimulem o debate e o confronto de ideias e permitam a multiplicidade de escolhas que caracteriza as democracias. O exercício destas funções centrais exige competências, recursos, tempo e condições de independência e de autonomia dos jornalistas. E não se pode fazer sem jornalistas ou com redacções reduzidas à sua ínfima expressão.
As lutas a que assistimos num sector afectado por despedimentos colectivos, cortes nos orçamentos de funcionamento e precarização profissional extravasa, pois, fronteiras corporativas.
Sendo global, a crise do sector exige um empenhamento de todos - empresários, profissionais, Estado, cidadãos - na descoberta de soluções.
A redução de efectivos, a precariedade profissional e o desinvestimento nas redacções podem parecer uma solução no curto prazo, mas não vão garantir a sobrevivência das empresas jornalísticas. Conduzem, pelo contrário, a uma perda de rigor, de qualidade e de fiabilidade, que terá como consequência, numa espiral recessiva de cidadania, a desinformação da sociedade, a falta de exigência cívica e um enfraquecimento da democracia.
Porque existe uma componente de serviço público em todo o exercício do jornalismo, privado ou público;
Porque este último, por maioria de razão, não pode ser transformado, como faz a proposta do Governo para o OE de 2013, numa "repartição de activos em função da especialização de diversas áreas de negócios" por parte do "accionista Estado";
Porque o jornalismo não é apenas mais um serviço entre os muitos que o mercado nos oferece;
Porque o jornalismo é um serviço que está no coração da democracia;
Porque a crise dos média e as medidas erradas e perigosas com que vem sendo combatida ocorrem num tempo de aguda crise nacional, que torna mais imperiosa ainda a função da imprensa;
Porque o jornalismo é um património colectivo;
Os subscritores entendem que a luta das redacções e dos jornalistas, hoje, é uma luta de todos nós, cidadãos.
Por isso nela nos envolvemos.
Por isso manifestamos a nossa solidariedade activa com todos os que, na imprensa escrita e online, na rádio e na televisão, lutando pelo direito à dignidade profissional contra a degradação das condições de trabalho, lutam por um jornalismo independente, plural, exigente e de qualidade, esteio de uma sociedade livre e democrática.
Por isso desafiamos todos os cidadãos a empenhar-se nesta defesa de uma imprensa livre e de qualidade e a colocar os seus esforços e a sua imaginação ao serviço da sua sustentabilidade.
Proponentes:
Adelino Gomes
Alfredo Maia - JN (Presidente do Sindicato de Jornalistas)
Ana Cáceres Monteiro, Media Capital
Alexandre Manuel - Jornalista e Professor Universitário
Ana Goulart - Seara Nova
Ana Romeu - RTP
Ana Sofia Fonseca - Expresso
Ana Tomas Ribeiro - Lusa
Anabela Fino - Avante
António Navarro - Lusa
António Louçã - RTP
Camilo Azevedo - RTP
Carla Baptista - Jornalista e Professor Universitária
Cecília Malheiro - Lusa
Cesário Borga
Cristina Martins - Expresso
Catarina Almeida Pereira - Jornal de Negócios
Cristina Margato - Expresso
Daniel Ricardo - Visão
Diana Ramos - Correio da Manhã
Diana Andringa
Elisabete Miranda - Jornal de Negócios
Frederico Pinheiro - SOL
Fernando Correia - Jornalista e Professor Universitário
Filipe Silveira - SIC
Filipa Subtil - Professora Universitária
Filomena Lança - Jornal de Negócios
Hermínia Saraiva - Diário Económico
Joaquim Fidalgo
Joaquim Furtado
Jorge Araújo - Expresso
José Milhazes - SIC / Lusa (Moscovo)
José Vitor Malheiros
João Carvalho Pina - Kameraphoto
João Paulo Vieira - Visão
João d'Espiney, Público
José Luiz Fernandes - Casa da Imprensa
José Manuel Rosendo - RDP
José Rebelo - Professor e ex-jornalista
Luis Andrade Sá - Lusa (Delegação de Moçambique)
Luis Reis Ribeiro - I
Liliana Pacheco - Jornalista (investigadora)
Luciana Liederfard - Expresso
Luísa Meireles - Expresso
Maria de Deus Rodrigues - Lusa
Maria Flor Pedroso - RDP
Maria Júlia Fernandes - RTP
Martins Morim - A Bola
Manuel Esteves - Jornal de Negócios
Manuel Menezes - RTP
Margarida Metelo - RTP
Margarida Pinto - Lusa
Mário Nicolau - Revista C
Miguel Marujo- DN
Miguel Sousa Pinto - Lusa
Mónica Santos - O Jogo
Nuno Pêgas - Lusa
Nuno Aguiar - Jornal de Negócios
Nuno Martins - Lusa
Óscar Mascarenhas - DN
Patrícia Fonseca - Visão
Paulo Pena - Visão
Pedro Rosa Mendes
Pedro Caldeira Rodrigues - Lusa
Pedro Sousa Pereira - Lusa
Pedro Manuel Coutinho Diniz - Professor Universitário
Pedro Pinheiro - TSF
Raquel Martins - Publico
Rui Cardoso Martins
Ricardo Alexandre - Antena 1
Rosária Rato - Lusa
Rui Peres Jorge - Jornal de Negócios
Rui Nunes - Lusa
Sandra Monteiro - Le Monde Diplomatique
Sofia Branco - Lusa
Susana Barros - RDP
Susana Venceslau - Lusa
Tomas Quental - Lusa
Tiago Dias - Lusa
Tiago Petinga -Lusa
Vitor Costa – Lusa
Este é apenas o primeiro passo duma iniciativa que pretende ser mais ampla.
Nos próximos dias todos os jornalistas, bem como todos os cidadãos vão ser convidados a assinar e a participar.
Pelo jornalismo, Pela democracia
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
As idiossincrasias da ilha do Corvo (4)
Em 2005, foi oficialmente inaugurado o único lar de idosos da ilha do Corvo, com capacidade para acolher 10 utentes. Era uma reivindicação da população da ilha.
Mas o lar ficou encerrado até Junho de 2008... por falta de utentes.
Nessa altura foi anunciada a sua abertura: um idoso mostrara vontade em ir residir para o lar.
A Santa Casa da Misericórdia seleccionou, então, 5 funcionárias, as quais receberam formação adequada para pôr a operar a infra-estrutura.
Aconteceu que, quando estava tudo pronto para o funcionamento o lar... o idoso decidiu que não queria mudar e manteve-se no seu domicílio.
E o lar manteve-se fechado.
Não sei se já está em funcionamento. Não vou ao Corvo desde 2008.
Mas o lar ficou encerrado até Junho de 2008... por falta de utentes.
Nessa altura foi anunciada a sua abertura: um idoso mostrara vontade em ir residir para o lar.
A Santa Casa da Misericórdia seleccionou, então, 5 funcionárias, as quais receberam formação adequada para pôr a operar a infra-estrutura.
Aconteceu que, quando estava tudo pronto para o funcionamento o lar... o idoso decidiu que não queria mudar e manteve-se no seu domicílio.
E o lar manteve-se fechado.
Não sei se já está em funcionamento. Não vou ao Corvo desde 2008.
As idiossincrasias da ilha do Corvo (3)
Quando estive no Corvo pela primeira vez, fiz questão de enviar postais a uma série de gente, prova da descoberta pessoal da 9.ª ilha.
Já a meio da tarde, quando ia colocar os postais na caixa exterior do edifício dos Correios, o funcionário saiu lá de dentro a correr e pediu para que eu não colocasse os postais na caixa, convidando-me a entrar para ele ter trabalho.
Já no interior do posto, explicou: era da ilha de S. Miguel e estava ali a fazer o mês de férias do colega. Naquele dia tinha tido só um cliente, logo pela manhã. E era assim todos os dias. Ele aspirava ter clientes.
Já a meio da tarde, quando ia colocar os postais na caixa exterior do edifício dos Correios, o funcionário saiu lá de dentro a correr e pediu para que eu não colocasse os postais na caixa, convidando-me a entrar para ele ter trabalho.
Já no interior do posto, explicou: era da ilha de S. Miguel e estava ali a fazer o mês de férias do colega. Naquele dia tinha tido só um cliente, logo pela manhã. E era assim todos os dias. Ele aspirava ter clientes.
As idiossincrasias da ilha do Corvo (2)
Corvo - Caldeira |
O jovem condutor não conseguia perceber a razão de ser dessa exigência.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
A educação sai cara
«Portugal investiu na minha educação de forma muito generosa.»
É urgente rever os investimentos.
Vítor Gaspar, durante a conferência de imprensa de apresentação da proposta de Orçamento de Estado para 2013
É urgente rever os investimentos.
As idiossincrasias da ilha do Corvo (1)
O PPM conseguiu reeleger o seu deputado pela ilha do Corvo.
O Corvo tem cerca de 350 eleitores e elege 2 deputados. Podemos dizer que em mais nenhum sítio do país os eleitores conhecem tão bem os eleitos que os representam.
Com apenas 86 votos, que corresponderam a 31 % dos votos, o PPM consegue ter um representante na Assembleia Regional, com a curiosidade de contar com o apoio do PSD, que se absteve de apresentar lista própria na ilha.
O eleito congratulou-se, considerando a reeleição como uma manifestação de confiança e um reconhecimento dos corvinos pelo trabalho que realizou na última legislatura.
D. Duarte Nuno devia pensar na hipótese de realizar uma visita oficial ao Corvo.
P.S. - Em 2008, o deputado do PPM foi eleito com 75 votos (26,32 %). Melhorou claramente a sua votação. Foi o apoio do PSD...
O Corvo é um melting-pot.
O Corvo tem cerca de 350 eleitores e elege 2 deputados. Podemos dizer que em mais nenhum sítio do país os eleitores conhecem tão bem os eleitos que os representam.
Com apenas 86 votos, que corresponderam a 31 % dos votos, o PPM consegue ter um representante na Assembleia Regional, com a curiosidade de contar com o apoio do PSD, que se absteve de apresentar lista própria na ilha.
O eleito congratulou-se, considerando a reeleição como uma manifestação de confiança e um reconhecimento dos corvinos pelo trabalho que realizou na última legislatura.
D. Duarte Nuno devia pensar na hipótese de realizar uma visita oficial ao Corvo.
P.S. - Em 2008, o deputado do PPM foi eleito com 75 votos (26,32 %). Melhorou claramente a sua votação. Foi o apoio do PSD...
O Corvo é um melting-pot.
"Um povo de masoquistas, talvez um povo masoquista"
Miguel de Unamuno afirmava que "Portugal é um povo de suicidas, talvez um povo suicida."
No mínimo, será um povo de masoquistas. A julgar pelas eleições de ontem, nos Açores...
Passos Coelho assumiu, muito rapidamente, responsabilidades pela derrota do PSD nas eleições regionais dos Açores.
A comunicação social responsabilizou, rapidamente, a política de austeridade do Governo central pela enorme derrota do PSD. Os partidos da oposição ao Governo PSD/CDS seguiram esta mesma linha de pensamento.
Podemos aceitar que as expectativas do PSD eram elevadas: o sonho era a vitória.
Acontece que o PSD, mesmo neste período de turbulência em que todos parecem estar contra si, inclusive grande parte do PSD... subiu na votação!
O PSD teve, aproximadamente, mais 8 mil votos que em 2008, correspondente a mais 2,6%, e passou de 18 para 20 deputados. Foi o partido que mais aumentou o número de deputados.
Está bem que os Açores não são o "Contnent", que a líder regional procurou fazer esquecer que se trata do mesmo partido que está no Governo da República, mas... raios!
Há pessoal que gosta mesmo de apanhar no "lombo"!
Por falar em lombo...
Espero que as vaquinhas açoreanas possam continuar a sorrir.
No mínimo, será um povo de masoquistas. A julgar pelas eleições de ontem, nos Açores...
Passos Coelho assumiu, muito rapidamente, responsabilidades pela derrota do PSD nas eleições regionais dos Açores.
A comunicação social responsabilizou, rapidamente, a política de austeridade do Governo central pela enorme derrota do PSD. Os partidos da oposição ao Governo PSD/CDS seguiram esta mesma linha de pensamento.
Podemos aceitar que as expectativas do PSD eram elevadas: o sonho era a vitória.
Acontece que o PSD, mesmo neste período de turbulência em que todos parecem estar contra si, inclusive grande parte do PSD... subiu na votação!
O PSD teve, aproximadamente, mais 8 mil votos que em 2008, correspondente a mais 2,6%, e passou de 18 para 20 deputados. Foi o partido que mais aumentou o número de deputados.
Está bem que os Açores não são o "Contnent", que a líder regional procurou fazer esquecer que se trata do mesmo partido que está no Governo da República, mas... raios!
Há pessoal que gosta mesmo de apanhar no "lombo"!
Por falar em lombo...
Espero que as vaquinhas açoreanas possam continuar a sorrir.
Esta não me parece muito sorridente. Deve ser uma vaca céptica. |
domingo, 14 de outubro de 2012
"De noite tudo são sombras"
A curiosidade de a Glosa I (de Fernando Lopes Graça) partir de uma canção alentejana recolhida em Serpa, terra dos meus pais.
Descoberta feita depois de a ter ouvido hoje pela 1.ª vez.
Vale (muito) a pena ver a Art Deco em Portugal
No Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado.
Durante mais duas semanas, O modernismo feliz - Art Déco em Portugal 1912 - 1960.
Figos (ainda sem nozes)
Ofereceram-me ontem os primeiros figos secos da época 2012/2013.
Directamente do Algarve.
Directamente do Algarve.
São bem doces!