sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Com a boca na queijada

Sintra


Faltam aqui os travesseiros da Piriquita (mas a internet ainda não tem sabor e não quis encher isto de migalhas e de açúcar)!!

De repente... lembrei-me desta fotografia:

Carlos e Hugo à porta da Piriquita (Junho ou Julho de 1995)
Foi no dia em que assentámos que iríamos aos Açores
na vossa Viagem de Finalistas da Paulo da Gama
Mas não era um travesseiro, era uma queijada!

Pato etéreo


Parece o fantasma de um pato, mas não é.
O pato passou muito rápido, demasiado rápido.
O fotógrafo não é tanto!
Não estava preparado, nem me lembro se fiz o movimento de acompanhar o voo com a máquina...
Ficou um pato etéreo.
Separem bem as palavras... para não ser pâté!...

Ano Novo = + consumo de champanhe = + rolhas de cortiça

i - 29-12-2011


















Na vontade dos industriais da cortiça...
todos os dias deviam ser Natal Ano Novo.

Emigra$$ão


Agora que o Governo tanto fala em emigração...

Quem não acredita na iniciativa privada?



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Silhueta

Cúpula e torres da Basílica da Estrela, ao fim do dia,
vistas do Jardim do Príncipe Real

Rute

Beijinho


Vilma e Rute no cacilheiro de Lisboa para o Seixal (Férias da Páscoa de 1993)
Vínhamos de um passeio por Lisboa (Sé, Castelo, Alfama)

Alves Redol - centenário do nascimento


O exemplo raro do centenário de
nascimento de um escritor
ser lembrado num pacote de açúcar
Alves Redol nasceu há 100 anos, em Vila Franca de Xira.

Com Gaibéus, o seu primeiro romance, editado em 1939 (data em que se vivia o fascismo e teve início a 2.ª guerra Mundial), é considerado o precursor do neorrealismo em Portugal. A sua escrita tem uma marca ideológica muito forte de resistência ao regime político, de intervenção ou militância política – a arte como contributo para o desenvolvimento da consciência e o progresso social.

Leitura obrigatória no Curso Complementar dos Liceus pós-25 de Abril, assim conheci os trabalhadores sazonais que das Beiras iam para a lezíria trabalhar na ceifa do arroz e que são o centro de Gaibéus.
«Propus-me com Gaibéus criar um romance anti-assunto, ou, melhor, anti-história, sem personagens principais que só pedissem comparsaria às outras.» (Breve memória para os que têm menos de 40 anos ou para quantos já esqueceram o que aconteceu em 1939, escreveu Redol em 1965)

Capa dos "meus" Gaibéus
(com marcas do tempo),
edição de 1976,
com letra muito miudinha
Redol, já falecido em 1969, tornou-se então presença certa nos manuais de Língua Portuguesa, mesmo nos do 2.º Ciclo, onde passagens de Constantino, guardador de vacas e de sonhos tinham lugar cativo. A sua estreia na literatura infantil tinha sido em 1956, com A vida mágica da Sementinha – Uma breve história do trigo. No final da vida viu publicado um outro conjunto de livros adequados à aprendizagem da leitura, a série A Flor, com quatro títulos recentemente reeditados pela Caminho.

Mas a sua obra é ainda mais variada: nela cabem textos jornalísticos, um estudo de carácter etnográfico (Glória, uma aldeia do Ribatejo), compilações de textos de tradição oral, contos, novelas, textos dramáticos (Forja será o mais conhecido) e os romances que o distinguiram como escritor, nomeadamente obras como o citado Gaibéus, Avieiros (1942), Fanga (1943), uma trilogia centrada no Douro e conhecida por “ciclo Port Wine” (1949-1953) e Barranco de cegos (1961).


Numa vida vivida, maioritariamente, em ditadura, consciente do grave estado de saúde em que se encontrava, escrevia a José Cardoso Pires poucos dias antes da sua morte:
«Um gajo tem sempre mais alguma coisa que gostava de fazer ou de dizer. Eu serei um dos que morre na incomunicabilidade com o seu tempo. Nunca me deixaram dizer-lhe o que de mais autêntico tinha para ele.»

O Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, tem em curso um conjunto de actividades evocativas do centenário do nascimento de Alves Redol.


A perspectiva das coisas - A Natureza-morta na Europa (1840 - 1955)

Paul Cézanne - Natureza-morta com pote de gengibre e beringelas (1893-94)

O Museu Calouste Gulbenkian apresenta até 8 de Janeiro a 2.ª parte da exposição A Natureza-morta na Europa. A 1.ª parte centrava-se nos séculos XVII e XVIII, enquanto que a 2.ª parte é dedicada à modernidade, compreendendo o período entre 1840 e 1955.

Vincent van Gogh - Ramos de castanheiro em flor (1890)
Trata-se de um largo conjunto de pinturas que, correspondendo a um género tradicional, pretende ilustrar como, com o tempo, o próprio significado de natureza-morta se alterou.

Os temas – conjuntos de objectos – são mais variados e encontramos obras dos nomes maiores da pintura europeia, sobretudo de finais do século XIX e início do século XX, nomes que não associaríamos à “simples” representação realista. Porque o realismo se abriu à experimentação e a novos olhares mais subjectivos, e a natureza-morta foi reinventada.
«Preindre non la chose mais son effet» (Mallarmé)

Claude Monet - Ramo de girassóis (1891)

Sobre a exposição podem ver...




quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O Pico (por Gérard Castello-Lopes)

Ilha do Pico, Açores, 1998

A fotografia é de Gérard Castello-Lopes, está integrada na exposição Aparições.
A mão estranha (a cores) é a minha!

A Gulbenkian editou o GRANDE catálogo (LIVRO) da exposição. Comprei-o hoje. Foi a prenda de Natal (atrasada) para mim próprio.


Alexandre Herculano: Guardar a Memória - Viver a História


O 2.º Centenário do seu nascimento foi em 2010 (28 de Março), mas a exposição comemorativa - algo pobre para a importância que devia ter, em contraste com os 7 € que se pagam de entrada no Mosteiro dos Jerónimos - acabou por durar todo o ano de 2011.
O espaço é o da Sala do Capítulo do Mosteiro dos Jerónimos, concluída de propósito para acolher o seu túmulo.
O austero liberal, soldado, bibliotecário, escritor, jornalista, historiador, político, agricultor... merecia melhor.
Como o próprio dizia:
«No meio de uma nação decadente, mas rica em tradições, o mister de recordar o passado é uma espécie de magistratura moral, é uma espécie de sacerdócio.»

Alexandre Herculano, O Bobo (1843)

Mas nos dias que correm, a memória vai sendo muito curta.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Eixo Parede - Lisboa

Praia da Parede

Encontro sobre as águas

Elevador de Santa Justa, Convento do Carmo e Bairro Alto


Barco do Seixal atravessando o rio


Quarto crescente sobre as mansardas
 
Igreja de S. Cristóvão e Rua dos Condes de Monsanto

Torres da Sé de Lisboa e rio

O que é doce nunca amargou

Lisboa quinhentista (Crónica d' El-Rei D. Afonso Henriques)

«(...) quinze dias antes do Natal até ao dia de Reis se põem 30 mulheres na Ribeira e Pelourinho Velho com suas mesas cobertas de toalhas e mantéis muito alvos, e em cima deles, gergelim, pinhoada, nogada, marmelada, laranjada, sidrada e fartéis e toda outra sorte e maneira de conservas.»

João Brandão, Grandeza e Abastança de Lisboa em 1552

O açúcar proveniente da Madeira fez aumentar o fabrico e venda de doces, surgindo as confeitarias, que dão origem à Rua da Confeitaria, antiga Rua da Ferraria, na baixa da cidade (rua que teria ligação ao Largo do Pelourinho Velho, zona próxima do Terreiro do Paço, creio que lado NE).

Mercado da Ribeira Velha, Lisboa
(painel de azulejo do século XVII - Museu da Cidade)

Na lista que é feita de quantas pessoas fabricam e/ou vendem doces naquela data (1551/52), encontramos 20 mestres de fabricar açúcar, 9 vendedores ambulantes de obreias, 23 alfeoleiros, 150 confeiteiros, 26 obreeiros, 30 pasteleiros, 28 mulheres que fazem aletria, 23 mulheres que fazem alféola, 26 mulheres que vendem fartéis, 100 mulheres que vendem fruta passada (cristalizada), 200 mulheres que vendem às suas portas fruta seca (doce), 70 mulheres que vendem na Ribeira fruta seca e verde, 60 mulheres que fazem fruta de açúcar, 30 mulheres que vendem girgilada e outras frutas de mel, 50 mulheres que vendem marmelada, 20 mulheres que vendem mel, 24 mulheres que fazem zevezinhos.
Total: 889 pessoas que fazem e/ou vendem doces.
Números inflacionados?
Será que algumas não acumulavam trabalhos? Lisboa teria cerca de 100 mil habitantes...


Glossário (porque eu não quero que os meus leitores se percam):
Alféola – artigo de confeitaria feito com massa de açúcar ou melaço em ponto grosso.
Fartel – bolo de açúcar e amêndoa envolvidos em farinha de trigo ou bolo que contém creme.
Girgilada (gergilada) – doce feito de farinha, calda de açúcar e gergelim (sésamo).
Obreia – folha de massa muito fina utilizada para alguns doces.
Zevezinho – espécie de doce ou massa.


Fonte principal: Alfredo Saramago, Para uma história da alimentação de Lisboa e seu termo, Assírio & Alvim, 2004.

História de proveito e exemplo

O proveito foi nulo ou muito negativo (excepção da meia dúzia de chicos-espertos que estão a lucrar com o negócio). Um negócio daqueles que nós nunca compreendemos onde acaba o público e começa o privado. Ou onde não chega a começar... porque o outro parece não acabar. Isto de capitais públicos mas que, afinal, jogam como se fossem privados, jogadas financeiras justamente para não compreendermos e sermos enrolados.

Exemplo do que é a incompetência ou, em alternativa, do que é a aldrabice. Ou as duas coisas juntas.

Público - Justiça deve dez milhões por não ter desocupado cadeia de Lisboa

E depois dizem que vivemos acima das nossas possibilidades!
Há quem viva acima das minhas possibilidades, mas parece que não sou eu...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Não nos matem os sonhos!














Agora que o Natal já passou...
e 2012 se aproxima a Passos muito largos...

Não deixemos que nos matem os sonhos!




Nem as azevias!


E salvemos os figos com nozes!



Voltámos à normalidade

Vê-se logo que acabou o período natalício.



E ainda dizem que o Natal é sempre que um Homem quer!


sábado, 24 de dezembro de 2011

Boas Festas

A todos os amigos que por aqui passarem

E convido-vos a ouvir


J. S. Bach - Oratória de Natal

Especial para o João Paulo



Um abraço (e que tenhas a sorte de todos te darem duas prendas).



sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Gelados (quase em véspera de Natal)

Hoje à tarde, lá fui comer um geladito ao Santini, em Cascais. De kiwi e framboesa.
Não me lembro de fazer isto alguma vez em vésperas de Natal.
Mas saber bem, isso...
Do Santini saio sempre bem!



Sobreiro - Árvore Nacional de Portugal

«O sobreiro é uma árvore de eleição – presença indispensável da nossa paisagem, da nossa cultura, da nossa memória histórica e geográfica e da nossa riqueza económica e ambiental.

Contribui, pela área que ocupa e pela sua matéria-prima, a cortiça, única nas suas características, para colocar o país no primeiro lugar à escala mundial, quer na produção quer na transformação e comércio.
O sobreiro, pela sua longevidade – em média 150 anos, mas podendo atingir bastante mais – é também um símbolo de solidariedade intergeracional, porque quem planta um sobreiro o faz sempre para as gerações futuras, para a posteridade.
(...)

Pela sua importância económica, social, ambiental, paisagística, histórica e cultural, o sobreiro pode bem ser considerado a árvore-símbolo de Portugal.»
José Neiva Vieira, in Quem diz cortiça, diz Mundet, Ecomuseu Municipal do Seixal (2010)

Ontem, o Parlamento aprovou, por unanimidade, o Projecto de Resolução n.º 123/XII/1.ª, que institui o sobreiro como a Árvore Nacional de Portugal – um novo símbolo.
Que desse reconhecimento resulte algo que proteja e ajude a desenvolver a produção da cortiça e dos produtos dela derivados, concretizando o que o Eng. Neiva Vieira sustenta: que a defesa, conservação e valorização do sobreiro devem ser «um objectivo estratégico nacional e um dever colectivo.»


J. Vieira Natividade junto a um sobreiro
No projecto é citado Joaquim Vieira Natividade (1899 – 1968), o grande especialista mundial do sobreiro e da cortiça, autor de Subericultura, a “Bíblia da cortiça”, que afirmava «Nenhuma árvore dá mais exigindo tão pouco.»





Este ano, as árvores de Natal no nosso país deviam ser sobreiros!


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Vaquinhas festivas


Não sei se a alegria tem a ver com o Jameson ou com a música!...














José Rodrigues Miguéis e Lisboa (2)


«Ao cabo de muitas caminhadas e indagações, encontraram na Rua dos Milagres de Santo António uma coisa que nem de encomenda: um prediozinho de dois andares, cuja vasta loja, de grande pé-direito, estava ocupada por um grande armazém de sacaria, quase sempre fechado. No centro da grade de ferro que protegia a bandeira da porta, em arco redondo, lia-se a data da construção: 1858 (O ano em que nasceu minha mãe!, disse ele, que não acreditava em agouros, mas em todo o caso impressionado.) A casa encostava ao morro, de forma que a loja não tinha desafogo para trás, e o primeiro andar estava separado da muralha de reforço da encosta, que quase se podia tocar com a mão, por uma estreita passagem para onde deitava as janelas.»
JRM, O milagre segundo Salomé


JRM escreve o nome da rua no plural, mas a rua é muito curta para tanto milagre que Santo António terá feito. Só lá cabe um. Não sabemos qual escolher dos vários que estão retratados nos azulejos de um dos prédios da rua.



A ter existido, a grade de ferro com a data de 1858 já passou à história. Devia ser semelhante à de 1886, que ainda resiste na vizinha Costa do Castelo.

Primeiro dia de Inverno - digno de D. Sebastião

Nascer do Inverno

Terreiro do Paço - Arco da Rua Augusta

Terreiro do Paço - Estátua de D. José I

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A solução final


Bartoon (Luís Afonso) - Público (de hoje)